Sinopse: Escritor chega à cidade de Roma para promover seu último livro, Tenebrae, mas descobre que alguém está usando seus romances como inspiração para cometer assassinatos. Logo ele se vê envolvido nos crimes e passa a tentar descobrir o assassino. O desfecho é hilariamente sem sentido, como de costume.
Direção: Dario Argento
Elenco:
Anthony Franciosa
Peter Neal
Christian Borromeo
Mirella D'Angelo
Veronica Lario
Ania Pieroni
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Comentário:
Dario
Argento é um diretor que nos oferece muito mas que em retorno exige certa prática, estudo, abandono completo de noções
pré-concebidas sobre a arte cinematográfica. À primeira vista, em um apanhado
geral de sua filmografia, o que vemos de seu cinema são atuações terríveis,
roteiros preguiçosos e trilhas sonoras completamente inapropriadas. Mas ater-se
a essas fraquezas quando se fala de Argento é dar uma de Rubens Ewald Filho: é
não ter verdadeira paixão pelo cinema. O
triunfo de Dario Argento, é claro, encontra-se noutro espectro da produção
cinematográfica: suas composições visuais são de uma beleza ímpar na história
do cinema. Além da sua habilidade em construir cenas de tensão e suspense, é também notável por conseguir transmitir uma atmosférica onírica em suas obras como poucos o conseguiram. Em seus filmes há quase que uma textura de sonhos ou pesadelos, inclusive que muitas vezes remetem ao imaginário infantil (um mundo de bruxas onde em cada canto pode haver um vilão escondido).
"Tenebre" não é diferente. Essa obra "menor" (mas apenas na comparação, porque, convenhamos, o cara é responsável pelo "Prelúdio Para Matar" que é sozinho talvez a maior obra de horror do século XX) marca a volta de Argento ao giallo de raiz (seguindo todos os "dogmas" e agora sem o elemento sobrenatural)
é, além de um osso jogado aos fãs, é também uma discussão sobre o gênero e seu impacto na cultura
popular. Afinal, a história é sobre um autor de romances policiais baratos (metáfora sutil) confrontado com um serial-killer que
mata inspirado por suas obras. Essa temática sempre foi muito discutida, em
especial pelo cineasta austríaco Michel Haneke (especificamente no seminal "Violência Gratuita" e "O Vídeo de Benny").
Mas, se à Haneke e seus seguidores cabe a culpa pela violência simbólica do
cinema aos espectadores, que anseiam por consumi-lá, Argento aponta outro
criminoso: o próprio autor.
Se você ainda não é um discípulo fiel de Dario Argento (se for o caso tá fazendo o que aqui porra?!), “Tenebre” talvez seja, enquanto começo, uma
discreta porta dos fundos. Seja lá o que isso queira dizer.
se até o "Mestre Hitch'"tava preocupado com o talento do Argento para os filmes de terror,então concluo que vale a pena assistir o filme do "hermano" italiano Argento!!Marcos Punch.
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