domingo, 30 de junho de 2013

O Estrangulador de Rillington Place (10 Rillington Place) - 1971

Sinopse: A história real de John Christie (Richard Attenborough), síndico de um condomínio na Londres da década de 1950 e um dos maiores serial killers de todos os tempos. É também a história de Tim Evans (John Hurt), marido de uma das vítimas, que se torna o único suspeito da onda de assassinatos.

Direção: Richard Fleischer

Elenco: Richard Attenborough
John Hurt
Judy Geeson
Pat Heywood  









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Comentário:

     "O Estrangulador de Rillington Place" representa o ponto culminante na obsessão de Richard Fleischer pelo serial killer, evidenciado em filmes como "O Estrangulador Misterioso", de 1949, "Estranha Compulsão", de 1959 e "O Homem Que Odiava as Mulheres", de 1968. O grau de sofisticação atingido aqui, contudo, pode ser justamente o seu maior defeito e o elemento que o condenou ao ostracismo. A exemplo de seu predecessor de 1968, a recriação minuciosa dos fatos tal qual ocorreram atinge níveis obsessivos. O tom documental glacial, a atmosfera generalizada de miséria e degradação, a ausência de qualquer vestígio de senso de humor e, principalmente, de empatia acabam tornando assistir Rillington Place um ato apenas para os que tem estômago. Quem sabe o legado de Fleischer seja justamente o de que esse assunto não tem a menor graça. Por essas e outras, em especial graças aos desdobramentos inacreditáveis do enredo, este é um pequeno filme notável.

segunda-feira, 18 de março de 2013

Cidade do Vício (The Phenix City Story) - 1955

Sinopse: A população da cidade norte-americana de Phenix, dominada por organizações criminosas, resolve fazer justiça com as próprias mãos e começa uma guerra sangrenta contra a marginália. Baseado em uma história real.


Direção: Phil Karlson.

Elenco: John McIntire
Richard Kiley
Kathryn Grant
Edward Andrews








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Magnet (DVD-rip, legendas em PT-BR inclusas, 1,36 GB)


Comentário: Feito de forma independente, "Cidade do Vício" é um verdadeiro festival de atrocidades que serviria de inspiração para gerações por vir, desde Scorsese (cuja fundação restaurou a obra), até  Tarantino. Filho bastardo do cinema noir, o longa é inovador não só na violência gráfica, que ainda hoje perturba, como também em suas influências do neorrealismo italiano, adotando um estilo documental radical com direito à “câmera na mão”, filmagens em locações reais e cidadãos da cidade de Phenix interpretando a si próprios. Apesar do ritmo datado, “Cidade do Vício” não desaponta a nós reacionários enrustidos.


terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

The American Astronaut - 2001

Sinopse: As aventuras de um comerciante interplanetário em homérica viagem por um sistema solar remoto, com a finalidade de fornecer à população feminina de Vênus um representante masculino adequado. Enquanto isso, sem saber, ele é perseguido pelo sangue-frio Professor Hess, uma enigmática figura de seu passado.

Direção: Cory McAbee

Elenco: Cory McAbee
Greg Russell Cook
James Ransone
Rocco Sisto
Tom Aldredge







 
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Legenda PT-BR



Comentário: Cinema deixou de ser algo simplesmente subjetivo há muito tempo. Não basta que simpatizemos com um filme do ponto de vista emocional, é necessário  também que ele seja melhor que a maioria que já vimos anteriormente, e semelhante a outros que admiramos . Portanto, quando assistimos a algo como "The American Astronaut", é comum termos dificuldade em formar uma opinião, o que torna difícil a tarefa de desenvolver um simples comentário, mesmo que para um blog desqualificado e miserável como esse.
    Mas, como sempre há alguém à espreita disposto a considerar qualquer opinião... digamos apenas que, se o tal astronauta americano pousasse na terra, possivelmente seria recebido por Tim Curry e Richard O'Brien. Não que "The American Astronaut" tenha as viadage de Rocky Horror (antes que nossos leitores, machos, sintam-se ofendidos pela postagem); pelo contrário, é quase uma versão “hétero” e depressiva do mesmo - a comparação se refere ao fato de ser igualmente criativo, imprevisível e agradavelmente excêntrico.
    O orçamento,  próximo da inexistência, ressalta um aspecto rústico completamente oportuno à produção, e se os números musicais não são lá muito empolgantes, chamam a atenção por serem representados de forma inesperada. Cinema fantástico de dar orgulho do ser humano, o tipo de coisa que não parece ter sido concebida após um processo criativo (mesmo que este provavelmente sob efeitos de drogas), parece simplesmente existir.


segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

O Açougueiro (Le Boucher) - 1970

Sinopse: Diretora de uma escola em uma cidadezinha no interior da França começa um relacionamento amoroso com o açougueiro local, recém saído de uma carreira de quinze anos no exército. Paralelamente, uma série de assassinatos brutais começam a ocorrer na região.


Direção: Claude Chabrol


Elenco: Stéphane Audran
Jean Yanne
Antonio Passalia
Pascal Ferone







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Magnet (HDTV-rip, 5Gb)

Legenda PT-BR 


Comentário: Chabrol, um dos fundadores da novelle vague francesa, dirige "O Açougueiro", um de seus melhores filmes, com uma inesperada calma e despreocupação. O thriller constrói, de forma leve e gradual, a relação entre seus protagonistas enquanto os assassinatos das redondezas começam a sutilmente tomarem forma, seja na fofoca da velharada, seja posteriormente no aumento de policiais vistos em cena - até atingirem proporções intoleráveis. A violência gráfica é quase inexistente (mesmo quando é impossível oculta-la, ela surge de forma implícita), o que talvez a torne mais intensa. Mais uma gostosa obra do Hichcoock dos pobres (ou franceses).


terça-feira, 8 de janeiro de 2013

O Ritual dos Sádicos aka O Despertar da Besta - 1970

Sinopse: Como parte de um experimento, psiquiatra leva quatro voluntários para assistir a um filme do personagem Zé do Caixão e após isso os droga com LSD para estudar os efeitos do personagem em seus subconscientes. Os delírios dos voluntários, porém, começam a fugir do controle.

 
Direção: José Mojica Marins 

Elenco: José Mojica Marins
Mário Lima
Carlos Reichenbach
Andreia Bryan





 

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Magnet (DVD-rip, 3,58Gb) 

 OU

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Comentário: 

O Ritual dos Sádicos” é um experimento bizarro e difícil de ser classificar. O último grande filme de José Mojica Marins é um estudo metalinguístico ousado que, se tivesse sido feito, por exemplo, na Europa, seria uma referência até hoje. Mas foi azar de Mojica ter nascido brasileiro, e nunca saberemos exatamente o impacto que a obra poderia ter tido na nossa formação cultural: apesar de problemas constantes com a censura, o Ritual foi nada menos que o primeiro filme (e um dos únicos) a ter o lançamento sumariamente proibido pela ditadura militar, vindo a público apenas durante a abertura no início da década de 1980 (com o título de "O Despertar da Besta"). Não foi para menos. Apesar da sinopse oficial ali em cima, os primeiros 40 minutos do filme são pequenas esquetes sobre uso de entorpecentes, perversões sexuais (estupro, estupro coletivo, cropofilia, pedofilia, prostituição) e relações de poder. Aliás, a relação de poder  é cripticamente o tema central da obra; diz Mojica ter concebido o argumento do filme após ver um grupo de policiais espancando brutalmente uma mulher grávida no meio da rua.
 
 Já o aspecto meta vem em outra direção. Os espectadores dopados de ácido, após verem os filmes pregressos de Mojica, explodem em comportamentos violentos e erráticos, como se a figura do Zé do Caixão despertasse os piores instintos da plateia. No plot twist, descobrimos que o ácido na verdade era um placebo. O cinema de horror é agente ativo na corrupção da juventude como sempre alegaram os pudicos, ou sua função é justamente servir de válvula de escape para todos os nossos desejos reprimidos?
 
  Seja como for, o veto ao filme arruinou a vida de Mojica, que faliu por ter dinheiro do próprio bolso investido na produção. Daqui para frente, ele seria obrigado a dirigir filmes pornográficos, área em que também se sobressaiu ao realizar o primeiro filme de zoofilia do Brasil, “24 Horas de Sexo Explícito”. Mojica ainda voltaria a usar o personagem de Zé do Caixão em mais dois filmes com essa pegada metalinguística, o ótimo “Exorcismo Negro” e o fraquíssimo “Delírios de Um Anormal”, onde a decadência e a exaustão já são visíveis. “O Ritual dos Sádicos” é o filme que quebrou o espírito de Mojica e cabe a nós, jovens cinéfilos, fazer justiça, apreciando as obras de um cineasta que foi vencido pelo seu tempo.