sábado, 30 de abril de 2022

The Dreaming - 1988

Sinopse: Arqueólogos descobrem tumba aborígene centenária escondida em caverna da Austrália. Logo, todos os pesquisadores e pessoas que tiveram contato com os estranhos artefatos guardados lá começam a sofrer de aterrorizantes alucinações.

Direção: Mario Andreacchio

Elenco: Arthur Dignam
Penny Cook    
Gary Sweet
Laurence Clifford
Kristina Nehm








Download:




Comentário: Resultado de uma produção turbulenta e arrastada, de onde pulou fora o diretor e roteirista original por, nas suas palavras, o produtor ter tornado sua "elevada obra artística" em um "filme B". Por essas e outras, teve estreia em um número limitado se salas de cinema e depois se tornou disponível apenas enquanto filme para TV, selando sua obscuridade. Agradecemos então a este produtor! "The Dreaming" é basicamente o "The Last Wave" dos pobres, onde a atmosfera maravilhosamente trabalhada e o tema da herança maldita da raça branca e seus genocídios planeta afora operam a favor de basicamente um slow burn onírico rumo a uma matança final esculhambada - no bom sentido. Um daqueles filmes muito particulares, em um ponto intermediário entre um folk horror do Eggers e um ozploitation de quinta, que te levam a outro ritmo e que dizem (ou fingem dizer) muito sem dizer nada.

quinta-feira, 28 de abril de 2022

Balada Para Satã (The Mephisto Waltz) - 1971

Sinopse: Myles Clarkson, um músico frustrado, cai nas graças de Duncan Ely, um moribundo virtuoso do piano, e de sua enigmática filha, Roxxane. Conforme os três se tornam mais íntimos, a esposa de Myles começa a suspeitar que pai e filha têm intenções macabras.
 
Direção: Paul Wendkos

Elenco: Alan Alda
Jacqueline Bisset
Barbara Parkins
Bradford Dillman
Curd Jürgens







Download:

 
 

Comentário: É uma cópia sem vergonha do "Bebê de Rosemary", mas invertendo aí a ótica, que agora é masculina (portanto melhor). Também é aquela reinterpretação previsível e manjada do Fausto, mas se eleva quando comparado à safra de exploitations satanistas dos anos 70, principalmente, pelo texto afiado. Os diálogos espertinhos no estilo bate-volta das comédias da Era de Ouro conseguem transformar todos esses simulacros vazios de seres humanos em personagens carismáticas e até divertidas, o que beneficia a escalada dramática do segundo e terceiro ato (apesar de algumas cagadas, como a morte da filha que serve a nada e não tem impacto emocional algum). Encanta também a ambientação atmosférica que capta com grande astúcia a decadência das burguesias suburbanas pós-Manson, mas o que salva a coisa toda mesmo é o final, que se não é inteligente como o do filme seminal do Polanski, é pelo menos tão ou mais ousado quanto.


quarta-feira, 27 de abril de 2022

The 20th Century - 2019

Sinopse: Na virada do século XX, o jovem aristocrata Mackenzie King precisa enfrentar uma série de desafios na luta para se tornar líder do Canadá - entre eles, a repressão de desejos fetichistas bizarros, seu amor secreto por uma revolucionária e o próprio processo eleitoral, que consiste em provas fatais de onde apenas um candidato sairá vivo.
 
Direção: Matthew Rankin
 
Elenco: Dan Beirne    
Sarianne Cormier
Catherine St-Laurent
Mikhaïl Ahooja
Brent Skagford




 
Donwload:
 
 
 
 
Comentário: 
 
    Quando uma obra absurda é comparada ao Monty Python, de forma elogiosa, você sabe que é cilada porque a única coisa ao estilo Monty Pyhton que já funcionou, em qualquer época e lugar, foi o próprio Monty Python. Na maioria dos casos, o humor nonsense depende de uma fórmula delicada demais para ser bem-sucedido (em primeiro lugar, precisa ser engraçado, coisa que 90% dos pretensos discípulos do quinteto inglês não chega nem perto). Dito isso, "The 20th Century" é a exceção que confirma a regra.

    O longa canadense funciona não necessariamente por ser hilário (apesar de genuinamente engraçado quando precisa), mas por satirizar o exercício selvagem do poder nas suas mais diversas manifestações - o fascismo, o nacionalismo, a monarquia, a guerra - de forma tão grotesca e estilizada a ponto de se tornar um delírio febril, onde tudo que nos é conhecido aqui opera sob a lógica de um pesadelo - é inclusive bastante assustador num todo. Novamente, é algo arriscado, mas que aqui cativa porque há um excelente desenvolvimento de personagens - que seguem humanos nas suas características, mesmo que pertencendo a um mundo artificial e deformado - e, principalmente, por sua grandeza estética.
 
    Raros filmes conseguiram criar um universo particular tão deslumbrante, original, criativo e hipnótico com, visivelmente, tão parcos recursos. A jornada de Mackenzie King (pense num jovem João Dória vivendo uma aventura no Canadá do South Park) transcorre em um mundo anguloso que homenageia toda a história do cinema, do expressionismo alemão (você leitor pode fazer esse comentário para impressionar sua mãe ou pai ausente, já que namorada/o vocês não tem), à era de ouro de Hollywood, às vanguardas das décadas de 60/70 e ao horror aveludado dos anos 80. E o melhor de tudo é que, por sua curta duração, termina muito antes de cansar.

    Como muitas coisas na vida, "The 20th Century" é um para poucos, mas garanto que esses poucos estarão bem servidos.

segunda-feira, 11 de abril de 2022

Cold Light of Day - 1989

Sinopse: Versão ficcionalizada dos crimes de Dennils Nilsen, um recluso burocrata inglês que atraía jovens em situação vulnerável para sua casa, os matava, realizava atos sexuais com partes desmembradas do corpo e os descartava sob o assoalho de sua residência e nos esgotos. 

Direção: Fhiona-Louise

Elenco: Bob Flag
Martin Byrne-Quinn
Geoffrey Greenhill
Mark Hawkins
Andrew Edmans







Download:
 



Comentário: Em nossa busca obsessiva e insalubre pelos filmes mais doentios já paridos, as vezes nos deparamos com algumas obras que nos fazem repensar esse estilo de vida. "Cold Light of Day" é uma delas. Influência de clássicos como "Heny" e "Angst", que tratam o fenômeno do serial killer da maneira mais realista possível - leia-se, moralmente opostas a tratar o tema como entretenimento -, se não é melhor do que aqueles na relevância artística, talvez os supere na absoluta nojeira.

    A imundície na tela é transmitida quase fisicamente ao espectador. É tudo perturbadoramente miserável, nauseante, brutal e, acima de tudo, deprimente. O único longa de Fhiona-Louise (seja lá quem for) deixa de lado emoções e motivos e foca friamente no método. Se você, leitor, já se perguntou como esquartejar um corpo, quanto tempo um cadáver pode ser usado para atos sexuais antes de apodrecer ou mesmo quantos órgãos são necessários jogar na privada antes do encanamento entupir, bom... não precisa procurar mais, pois esse é seu filme! Pode não parecer, mas também há aqui, escondido em algum lugar, o legítimo humor britânico, como quando o assassino, já sob custódia, admite o prazer da matança mas nega a todo custo a necrofilia, em nome do seu senso de decência.
 
    Agradeça a Deus, inclusive, que esse dure apenas 1h15min.

sábado, 9 de abril de 2022

Fantasma: Devastador (Phantasm: Ravenger) - 2016

Sinopse: Entrada final da série "Phantasm". Anos após os eventos do último filme, Reggie vive em duas realidades paralelas. Em uma, é um idoso incapacitado, internado em um hospital psiquiátrico e diagnosticado com demência. Noutra, segue vivendo a mesma cruzada contra Tall Man pelo meio-oeste americano devastado. Quando ele começa a ter visões de Mike, vindo de um futuro distópico, alertando-o que está vivendo em uma ilusão fabricada por alienígenas, as linhas entre realidade e imaginação se tornam cada vez mais tênues.

Direção: David Hartman

Elenco: A. Michael Baldwin
Reggie Bannister
Dawn Cody
Gloria Lynne Henry
Stephen Jutras



Download:




Comentário: Onde falta técnica, sobra alma. "Devastador" não só é a melhor sequência dos "Phantasm" como é a única boa (no sentido das outros três serem basicamente o primeiro reciclado com cada vez mais preguiça). A única entrada não dirigida pelo Coscarelli (apesar dele ser corroteirista) é também a que melhor consegue expandir a mitologia do Tall Man, do seu planeta invasor e das bolas de metal que furam cabeça, dando um contexto de ficção-científica que efetivamente faz sentido. Acerta também no fan service e no surpreendente carinho com que trata seus personagens; é aqui onde temos pela primeira vez desde o original uma relação emocionante entre Mike e Reggie (este, finalmente no espaço merecido de protagonista), nos dando inclusive um final digno e tocante entre eles, corrigindo algo que sempre frustrou nos predecessores (no caso, aquele mesmo final em aberto que reseta tudo para que o próximo filme pudesse partir o mesmo lugar). E tudo isso sem encher linguiça reprisando cenas do original.

    Uma pena, por outro lado, que o orçamento tenha sido menor do que [insira aqui a piadinha, tipo "meu pinto"]. Estejam preparados: é preciso ter estômago pra aguentar o visual grotesco horroroso e a direção tão ruim quanto a de uma mulher atrás do volante! Mas há tanta sinceridade e originalidade envolvida, aquele afã perdido do cinema independente ambicioso, que é possível enxergar a beleza por trás do pior CG desde isso aqui.

sexta-feira, 8 de abril de 2022

O Fantástico Mundo de Oz (Return to Oz) - 1985

Sinopse: Após sua experiência traumática envolvendo alucinações e delírios em um estranho mundo chamado "Oz", a pequena Dorothy começa a apresentar sintomas de esquizofrenia. Ela é internada em um hospício onde vira cobaia do recém desenvolvido tratamento por  eletrochoque. Mais uma aventura Disney para toda a família.

Direção: Walter Murch

Elenco: Fairuza Balk
Nicol Williamson
Jean Marsh
Piper Laurie
Matt Clark







Download:




Comentário: A sequência para uma aventura infantil mais traumática depois do "Babe - O Porquinho Atrapalhado na Cidade", e a segunda versão mais doentia do Oz (leiam "Garotas Perdidas" do Moore - onde Alice, Dorothy e Wendy transam alucinadamente - pra dar aquela descabelada no palhaço). O único filme da carreira de Munch (que era técnico em som), "Mundo de Oz" segue uma estrutura bastante tradicional de aventura oitentista, com personagens bastante carismáticos e criativos, mas o diabo está nos detalhes. Todas as escolhas estéticas e atmosféricas são profundamente aterrorizantes e grotescas. Oz agora não tem as cores do musical da Garland (ou do prelúdio do Raimi que ninguém lembra da existência); tudo é decadente e cinza, e entre muitas bizarrices - o vilão, feito de lava, é puro nightmare fuel - há ainda espaço para o bio-horror do Cronenberg, com personagens mudando de forma física e objetos inanimados tornando-se sentientes e sendo fundidos gestando novas criaturas abandonadas por Deus. 

    Devido ao teor sombrio (muito antes de isso virar moda entre as releituras de clássicos infantis), Munch chegou a ser defenestrado ainda durante a pré-produção, sendo readmitido graças aos esforços dos amigos Lucas e Coppola. A violência se estendia até mesmo além do imagético, com falas sendo posteriormente dubladas para suavizar o vernáculo agressivo. A estranheza do público e boicote dos próprios produtores selou o destino do Retorno. Em outra ocasião poderia ser até justo, porque não há nada de excepcional no filme em si, mas o festival de aberrações é suficiente para valer a sessão. Se não acredita em mim, aqui tem uma amostra (isso rola em tipo 15 minutos de filme).


quarta-feira, 6 de abril de 2022

The Amusement Park - 1975

Sinopse: ‘The Amusement Park’ traz Lincoln Maazel como um homem mais velho que se vê desorientado e isolado à medida que as dores, tragédias e humilhações do envelhecimento na América se manifestam através de montanhas-russas e multidões caóticas.


Direção: George A. Romero


Elenco: Lincoln Maazel





Download


720p> Link Magnético


Legenda


Comentário: Recentemente resgatado e finalmente lançado, trata-se de um média-metragem que Romero produziu em 1975, entre The Crazies e Martin. É, de certa forma, o encontro dos dois estilos, chato como The Crazies e marcante como Martin (o velhote protagonista, inclusive, é quem interpretaria o padre em Martin). Soa datado, em termos de estética, porque o projeto original teria um escopo publicitário. Romero foi contratado por uma organização luterana para produzir vídeo que abordasse abuso de idosos e a importância de respeitar os mais velhos. O que ele entregou, no entanto, foi um pesadelo envolvente filmado em 16mm, estranho e, em certo nível, perturbador. A estrutura e os aspectos técnicos parecem concebidos por um estudante de cinema. Mas um estudante prodígio. As críticas são naquela "sutileza" tradicional do Romero.

O saldo geral positivo pode até ter um teto limitado, principalmente por ser longo demais para o que renderia, mas é um curioso exercício, que vale como estudo da própria evolução cinematográfica de um dos diretores mais emblemáticos do cinema de horror.

É até curioso pensar que se você vê o poster e a sinopse imagina 'hum, acho que já sei exatamente como esse filme é'. E, de fato, é aquilo que você imagina. O que diz muito da própria consistência do cinema do Romero mesmo na sua forma precoce.

terça-feira, 5 de abril de 2022

Não se Deve Profanar o Sono dos Mortos (Let Sleeping Corpses Lie) - 1974

AKA The Living Dead at Manchester Morgue

Sinopse: Reanimados por radiação de máquina destinada ao combate de pragas agrícolas, cadáveres levantam de seu túmulo e atacam hospital. A contaminação se espalha por outros corpos.

Direção: Jorge Grau 

Elenco: Cristina Galbó, Ray Lovelock, Arthur Kennedy





Download


1080p>> Link Magnético

Legenda


Comentário: Se há alguma coisa de metalinguístico de fato nesse filme é o seu ritmo, que se equipara ao arrastar de um zumbi. Fora isso, a sinopse cria uma expectativa de uma abordagem ambiental para justificar o surgimento dos mortos-vivos. No fim, não há maturidade nenhuma nessa amarração, na verdade é tudo muito galhofa em termos de roteiro. 

Mas é um exercício interessante quando se faz a leitura de que tudo se trata de uma comédia de erros involuntária sobre as desventuras do motoqueiro, que só queria encontrar seus amigos e foi engolido por uma sucessão de imprevistos. Outro aspecto divertido (e involuntário) é a incompetência da polícia na investigação. O filme é tão ineficiente em representar zumbis como ameaça que acaba forçando a polícia como elemento maniqueísta.

Os impressionáveis de sempre vão superestimar, pra variar. Exaltam especialmente o fato de adotar os recém introduzidos conceitos do subgênero por Romero e sempre destacam a cena que representa o primeiro 'banquete zumbi' em cores. O gore realmente é bem feito. A estética, como um todo, é elegante. Agora se são suficientes para compensar a lerdeza e a história precária vai de cada um. 

segunda-feira, 4 de abril de 2022

A Maldição de Lemora (Lemora: A Child's Tale of the Supernatural) - 1973

Sinopse: Ladrão de bancos foge depois de matar sua esposa e o amante dela, mas é capturado por seres estranhos. Sua filha adolescente, que está sendo criada numa congregação religiosa, recebe uma carta escrita pela misteriosa Lemora, avisando que o pai está no leito de morte e quer vê-la. Começa uma bizarra jornada rumo ao sobrenatural.


Direção: Richard Blackburn


Elenco: Cheryl Smith, Lesley Taplin, Richard Blackburn 



Download

DvdRip>> Link Magnético 


Legenda (meio cagadinha no início, mas depois se ajusta)


Comentário: Merecidamente desconhecido (ou desmerecidamente cultuado, considerando que há ditos 'fãs'), Lemora é suportável no limite dos seus 85 minutos. Até daria para tentar dar uma superestimada dizendo que há um subtexto freudiano, mas a gente sabe né, gente, tudo que envolve sexo em um nível patológico de perversão dá pra vincular com o cabação do Freud. Pior que esse filme incomodou a honrosa Igreja Católica, que na época tentou boicotar as menções e indiretas ao catolicismo e a ''sutil'' insinuação de pedofilia na relação do padre com a protagonista. E, obviamente, a tentativa de boicote dos católicos surtiu efeito: projetou o filme a uma importância que ele nem faz jus. Mas sim, a sexualidade é um elemento condutor. Imagine o The Rocky Horror Picture Show sem a diversão, da perspectiva de uma criança. É basicamente um pesadelo sem fuga num universo de molestadores. O filme é bastante eficiente na sua estética onírica, convence, mesmo com os parcos recursos. 

domingo, 3 de abril de 2022

Comunhão (Communion) - 1976

Aka Alice, Sweet Alice

Sinopse: Menina é assassinada dentro de uma igreja. As suspeitas recaem sobre sua irmã, que possui um comportamento estranho.


Direção: Alfred Sole


Elenco: Brooke Shields, Niles McMaster, Paula E. Sheppard, Rudolph Willrich





Download


720p>> Link Magnético

Ou

1080>> Link Magnético


Legenda


Comentário: Mesmo o espectador ligeiramente menos pateta do que o público ralé padrão pode notar que há algo de envolvente e charmoso no filme do Sole (que não fez nada de relevante na carreira). Até daria para atribuir boa parte do que há de se admirar à direção, que é eficiente no uso da trilha e em sua abordagem sórdida e perversa aos personagens e suas dinâmicas (um dos personagens mais carismáticos é um pedófilo com obesidade mórbida), mas o verdadeiro responsável por livrar Communion da mediocridade é o montador. É quase como se pegasse um roteiro digno de um daqueles giallos merda do Argento das últimas décadas e editasse aos moldes de All That Jazz. Tão boa a montagem que você nem percebe que o filme é canalha em sua reviravolta — para se ter uma noção ele absolve uma personagem que esgana um gato filhote. 


sábado, 2 de abril de 2022

O Anjo Assassino (Miami Blues) - 1990

Sinopse: Junior Frenger (Alec Baldwin) é um ex-condenado atraente e de fala macia que acaba sendo investigado pelo detetive Hoke Moseley (Fred Ward) depois de matar um Hare Krishna e cometer outras falcatruas. Junior então se apaixona por uma ex-prostituta (Jenifer Jason Leigh) rouba o distintivo e a dentadura de Moseley e decide alternar entre assaltar pessoas e se fingir de policial. 


Direção: George Armitage


Elenco: Alec Baldwin, Fred Ward, Jenifer Jason Leigh



Download


1080p>> Link Magnético

Ou

720p>> Link Magnético


Legenda


Comentário: À primeira vista, tudo que envolve esse filme soa desprezível. Não existe um poster que seja minimamente atrativo, é a fase canastra do Baldwin como ator, se passa em Miami, e a década é a de 1990, portanto, tem aquele visual que quase emana o cheiro de fita cassete. E o Brasil conseguiu deixar tudo pior com esse título medonho. 

Porém, basta dar uma chance pro negócio que logo conquista. Já começa com o Baldwin quebrando um dedo de um hare krishna no aeroporto e matando ele (sim, por quebrar um dedo). Daí em diante é simpatia. É o Baldwin dos tempos inocentes, interpretando um cara machista sem precisar matar ninguém no set de filmagens, assumindo a verve canastra ao incoporar o personagem mais fanfarrão de toda a carreira; tem a Jennifer Jason Leigh no AUGE, pré-casamento tóxico com o diretor hipster lá e o Fred Ward fazendo um policial desmoralizado sem dentes, a melhor coisa do filme. Em resumo, seria um filme que o Tarantino gostaria de fazer/escrever pré-Pulp Fiction e nunca conseguiu.