sexta-feira, 19 de março de 2021

Pin - Uma Jornada Além da Loucura (Pin) - 1988

Sinopse: Jovem cultiva amizade com boneco anatômico desde a infância. Já crescido, a relação começa a gerar desconfiança de pessoas próximas a ele.

Direção: Sandor Stern

Elenco: Cynthia Preston, David Hewlett (III), Terry O'Quinn








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Comentário: No mundo ideal, Pin teria sido produzido entre a década de 40 e 60, protagonizada por Anthony Perkins ou um genérico e dirigido por algum Hitchcock dos pobres. Temos de nos contentar, entretanto, com as consequências de ser uma produção do final da década de 80, com estética horrorosa, trilha inconveniente e momentos soap opera. Mas é um bom filme, acima da média, envolvente e com bom argumento (até que bem desenvolvido). Subestimado, talvez.

terça-feira, 16 de março de 2021

The Reflecting Skin - 1990

Sinopse: Seth Dove tem apenas sete anos, e vê o mundo por uma ótica muito particular. Seth acredita que sua vizinha é uma vampira, e fará de tudo para impedir o relacionamento entre ela e seu irmão mais velho.

Direção: Philip Ridley


Elenco: Jeremy Cooper, Lindsay Duncan, Viggo Mortensen









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Comentário: Tem status de cult e rende até uma idolatria a nível de ser considerado pelos fãs um dos melhores filmes de "terror não-terror" de todos os tempos. Acho um exagero, mas tem muitos méritos e não merecia ser tão desconhecido quanto é.
O flerte de referências vai da composição visual do Days of Heaven, do Malick, com a estranheza dosada do Blue Velvet, do Lynch. Se passa quase inteiramente de dia, sob a perspectiva de uma criança, e transpira saudosismo na ambientação ruralista. Isso tudo tem um propósito de causar a falsa impressão de se tratar de um abordagem leve e nostálgica. Mas é o extremo oposto, o espectador na verdade está inserido no mundo distorcido de uma mente infantil. Isso cria um contraditório curioso (mas disfuncional, particularmente) como experiência cinematográfica, pois é constante a sensação de que a densidade narrativa não encaixa com som, imagem e atmosfera. Os momentos de choque são realmente pesados, embora raramente explícitos. Destaca-se um elemento extremamente grotesco, o qual vou me referir como o 'anjo' imaginário do protagonista — que na história, entretanto, é só mais um dos rompantes pretensiosos do diretor.
O problema que desfavorece o filme — além da falta de conexão pelo desencaixe da coisa toda —, é tentar fingir inteligência com seus ímpetos alegóricos, sendo que na verdade o filme de Ridley fracassa em aspectos bem miseráveis: a trilha é desnecessariamente melodramática e indutiva, as atuações são na maioria capengas e a suposta profundidade é fajuta, pois depende da boa vontade do espectador em querer se esforçar para compreender as metáforas, uma vez que os diálogos em si são vagos, quando não superficiais. No fim, a narrativa não é nem tão inovadora assim. É sim um filme de terror, esperto e pesado, cujo conceito, porém, não foge do básico "fim da inocência".

quinta-feira, 11 de março de 2021

Messiah of Evil - 1973

Sinopse: Garota à procura do pai chega numa cidade litorânea que carrega uma maldição.

Direção: Willard Huyck, Gloria Katz

Elenco: Michael Greer, Marianna Hill, Joy Bang









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Comentário: Carece de acabamento no roteiro, nem tudo se amarra ou se explora devidamente, especialmente com relação ao desfecho e a mitologia que propõe. Porém, sobra atmosfera. Reproduz muito a sensação de desconforto de um pesadelo angustiante, daqueles ambientados à noite em um lugar estranho. Quando digo que sobra atmosfera não sou generoso, de fato é um filme que concentra tudo no clima e se mostra eficiente nisso. Toda a paranoia e estranheza são sensorialmente compartilhadas com os personagens. O uso de cores não chega a ser tão significativo quanto um giallo, mas o suficiente para chamar a atenção. 
Também se observa algumas similaridades, em termos de condução, com Carpenter e tematicamente com Romero. Aliás, falando em Romero, o filme recebeu no Brasil o maravilhoso título de "Zumbis do Mal", que preferi nem vincular na postagem. Talvez tenha sido justamente pela similaridade em alguns aspectos do na época recente "A Noite dos Mortos Vivos", lançado cinco anos antes. Parece que o filme inclusive foi renomeado para The returning of the living dead ao ser relançado anos depois — o que posteriormente seria retratado após ação judicial do próprio Romero.
Pena que os diretores não investiram muito no gênero depois. Do resto da suas carreiras, inclusive, se destacam apenas dois exemplos bizarros: roteirizaram Indiana Jones e a última Cruzada e Howard, the duck (também dirigiram esse!).

terça-feira, 9 de março de 2021

Spirits of the Air, Gremlins of the Clouds - 1989

Sinopse : Félix e sua irmã vivem sozinhos em um outback pós-apocalíptico até a chegada repentina de um estranho em fuga, que descobre que Félix desenvolve projetos de aeroplanos. Ele então passa o ajudar o seu anfitrião a conceber uma espécie de ultraleve que o ajude a ganhar vantagem dos seus perseguidores.

Direção: Alex Proyas

Elenco
Michael Lake
Rhys Davis
Melissa Davis
Norman Boyd




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Comentário: Não sei exatamente qual contexto da produção, mas parece ter sido feita logo depois da conclusão do curso de cinema do Proyas. Pelo menos há aquela impressão de se buscar o esmero técnico e a frugalidade narrativa pra se postar como cineasta maduro em ascensão. Mas é exatamente a economia nos diálogos e essa intenção de não se arriscar para não se expor tanto que torna esse filme aí travado. As atuações não ajudam muito também.
No fim, resta uma história de objetivo concreto e nada de muito interessante a se explorar ou refletir sobre os personagens. Basicamente, se resume a um sujeito obstinado e os prejuízos de se conviver com uma irmã retardada num ambiente inóspito.
Não sou tanto entusiasta dessa estética pós-apocalítica desértica, mas certamente tem apelo para quem gosta. Lembra vagamente — embora muito inferior — ao tom ambiental do Colecionador de Almas do Richard Stanley — também lembra um pouco o duvidoso 'Dublê de Anjo', do Tarsem Singh. De qualquer forma, visualmente é interessante sim, principalmente por optar investir no azul e amarelo vibrante e no design de produção espalhafatoso num filme com essa proposta. A trilha sonora, no entanto, é algo injustificável, troço chato da porra (o título também zoado demais, convenhamo).
Pode ser que tenha também algum fã do diretor perdido por aí (será? Mesmo? O Proyas?) e seja interessante conferir esse primeiro trabalho dele. Pra quem não sabe, o Proyas dirigiu o Corvo com o Brandon Lee e o Cidade das Sombras.

sexta-feira, 5 de março de 2021

Pânico e Morte na Cidade (The Night Stalker) - 1972

Sinopse: Um jornalista começa a investigar, em paralelo à apuração da polícia, uma série de mortes de mulheres, crimes que têm como peculiaridade o fato de as vítimas terem o sangue drenado do corpo. Gradativamente, Kolchak defende a tese de se tratar de um vampiro. O que é categoricamente descartado pelas autoridades que, no entanto, passam — a contragosto — a respaldar a teoria do repórter no avançar do caso.

Direção: John Llewellyn Moxey

Elenco: Darren McGavin, Simon Oakland, Carol Lynley, Claude Akins




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>> 1080p - 1,18GB

>> 720p - 623MB

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Comentário: The Night Stalker foi lançado para tv e bateu recorde de audiência em sua exibição na época. Com isso, gerou uma imediata sequência (The Night Strangler, dirigido pelo Dan Curtis, bem divertido também, embora praticamente xerox do primeiro) e logo depois uma série (Kolchak e os demônios da noite), que consagrou de vez o personagem. Talvez essa excessiva popularidade repentina, no entanto, fez com que o filme acabasse soterrado no universo que o sucedeu. Não sei o quanto ele ou a série são conhecidos do público brasileiro, mas sempre é tempo de sugerir para alguém...
Já começo contestando as taxações de 'datado'. Não é. A composição estética é humilde, mas saborosa: é quase um aconchego estar ambientado sob os neons vintage da sempre asquerosa Las Vegas, ainda mais numa textura carregada do visual pulp de uma filmagem feita visivelmente às pressas, reforçada pela narração em tom de pilantra do protagonista.
O mais interessante de tudo é a abordagem detetivesca flertando com o terror (a série, por exemplo, é tida como grande influência para Buffy e Arquivo X). Muitos dos elementos míticos vampirescos (principalmente as regras de como se derrotar um vampiro) hoje esgotados no subgênero, na época estavam fresquinhos e é legal perceber como The Night Stalker é um dos precursores que fundamentaria os trocentos filmes que sairiam dali por diante. 
Kolchak é um personagem carismático principalmente pelo papel contraventor à qualquer figura de autoridade (política ou editorial) e essa irreverência dele é o caldo do filme. Isso é usado inclusive como o elo fantástico. É divertido como o horror é evitado ao máximo pelos personagens "racionais", até que não haja escolha e todos precisam ceder à audácia e ao imaginário do Kolchak. No final ainda rola os payoffs disso também.
Enfim, diversão pura, é como se uma versão urbana setentista do Dracula da Hammer encontrasse o tom de Billy Wilder.