segunda-feira, 31 de janeiro de 2022
Prisão de Cristal (Tras el Cristal) - 1986
domingo, 30 de janeiro de 2022
O Silêncio do Lago (Spoorloos aka The Vanishing) - 1988
Direção: George Sluizer
Elenco: Bernard-Pierre Donnadieu, Gene Bervoets, Johanna ter Steege
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Torrent (720p)>> Magnet Link
Comentário: Paramos de postar por um bom tempo porque nos tornamos refinados. Hoje gostamos de música clássica, bons vinhos, vestir paletós, sapatos Oxford e cachecóis. Nas nossas noites rotineiras, mulheres (magras) nuas nos contemplam, enquanto fumamos, sem camisa, escorados no peitoril da janela. Cinema já não nos interessa tanto quanto literatura. Cansamos de dar lavagem (filmes) para os porcos (vocês). Rimos de vocês (porcos), chafurdando no nosso lixo. Mas voltamos, queremos dar uma lavagem (filmes) com doses homeopáticas de sofisticação, mas escondidas, para não assustar os porcos (vocês). Essa é uma tentativa. 'Ai, mas o filme é muito chato', vai embora então! Aqui é um lugar para porcos com força de vontade! Enfim, filmaço, porra, que filmaço.
sábado, 29 de janeiro de 2022
Premutos - O Anjo Caído (Premutos - Der Gefallene Engel) - 1997
Direção: Olaf Ittenbach
sexta-feira, 28 de janeiro de 2022
Armadilha Para Turistas (Tourist Trap) - 1979
Direção: David Schmoeller
Elenco: Chuck Connors, Jocelyn Jones, Jon Van Ness, Robin Sherwood
terça-feira, 25 de janeiro de 2022
Miracle Mile - 1988
Comentário: Da safra memorável de horror e ficção-científica americana da década de 1980, um ponto fora da curva. O pouco celebrado "Miracle Mile" é uma mescla insólita entre terror apocalíptico e comédia romântica ("Procura-se um Amigo Para o Fim do Mundo" é seu herdeiro light), que funciona surpreendentemente bem. Projeto de paixão de novato Jarnatt, que chegou a bancar cenas adicionais do próprio bolso - e que jamais voltou a fazer algo relevante -, o roteiro rolou pelos estúdios por quase dez anos, passando de segmento do filme do "Além da Imaginação" ao completo abandono pelo final depressivo do qual Jarnatt não abria mão. Ainda bem. É a intensidade - e a esperteza engraçadinha - do desfecho que dá credibilidade a todo o tom trágico e frenético do romance dos protagonistas.
"Miracle Mile" é aquela miscelânea que tem tudo pra dar errado - mas que funciona. Embalado por uma das últimas trilhas do lendário Tangerine Dream, todos os atos se costuram de maneira perfeita, da comédia romântica simpática, à busca alucinada por Los Angeles com ares de filme de ação, ao final obrigatório das ruas tomadas por hordas homicidas de todos os apocalipses já imaginados. Uma preciosidade excêntrica, produto envergonhado dos grandes estúdios que só poderia ter sido feito nos anos 80 e entregue com um cuidado quase artesanal. Pena que o leitor daqui não tem e nem vai ter namorada, porque seria nossa recomendação pra uma sessão amorzinho e tal.
Mermaid Legend (Ningyo Densetsu) - 1984
Kentarô Shimizu
Jun Etô
Seiji Miyaguchi
Junko Miyashita
domingo, 23 de janeiro de 2022
Síndrome do Mal (Rampage) - 1987
Direção: William Friedkin
Elenco: Michael Biehn, Alex McArthur, Nicholas Campbell, Deborah Van Valkenburgh
sábado, 22 de janeiro de 2022
Alucarda - A Filha das Trevas (Alucarda - La Hija de las Tinieblas) - 1977
David Silva
Tina Romero
Susana Kamini
Lili Garza
sexta-feira, 21 de janeiro de 2022
Nemesis: O Exterminador de Andróides (Nemesis) - 1992
quinta-feira, 20 de janeiro de 2022
Desespero (The Incident) - 2011
AKA Asylum Blackout
Sinopse: Um grupo de funcionários de um hospício ficam presos junto aos internos durante uma intensa tempestade.
Direção: Alexandre Courtès
Elenco: Rupert Evans, Kenny Doughty, Joseph Kennedy, Dave Legeno, Richard Brake, Marcus Garvey, Anna Skellern
Comentário: Courtès faz sua estreia no cinema depois de uma carreira em videoclipes, mas o resultado lembra mais o estilo dos filmes do roteirista S. Craig Zahler: câmera parada e paciente, levando o seu tempo para revelar as salas e corredores claustrofóbicos que em breve se tornarão o lar de um pesadelo, assim como as sequências mais pesadas, em um caos controlado de ultraviolência e efeitos práticos. O diálogo atinge um tom naturalista, pois remete aos elementos autobiográficos de vivência do próprio Zahler, que já trabalhou em cozinhas (local de trabalho dos protagonistas) e é músico (personagens têm uma banda). A ambientação oitentista resgata o exploitation pé no chão, de um período pré-celular, e não essas palhaçadas modernas que forçam a barra. Richard Brake não precisa de uma linha de diálogo para justificar o porquê do protagonista ser tão avesso à sua presença. Uma adição bem feita ao subgênero prisão/manicômio que não tem pressa em passar tempo com seus personagens antes de os condicionarem a destinos terríveis.
Female Prisoner #701: Scorpion (Joshuu 701-gô: Sasori) - 1972
Direção: Shun'ya Itô
Elenco: Akemi Negishi, Fumio Watanabe, Hideo Murota, Isao Natsuyagi, Meiko Kaji Nami Matsushima
domingo, 16 de janeiro de 2022
Eu Matei Lúcio Flávio - 1979
Direção: Antônio Calmon
quinta-feira, 13 de janeiro de 2022
Night of the Juggler - 1980
Cliff Gorman
Richard S. Castellano
Linda Miller
Joseph Carberry
segunda-feira, 10 de janeiro de 2022
The Untold Story (Bat sin fan dim: Yan yuk cha siu bau) - 1993
domingo, 9 de janeiro de 2022
The Sea and Poison (Umi to Dokuyaku) - 1986
Ken Watanabe
Takahiro Tamura
Kyôko Kishida
Mikio Narita
sexta-feira, 7 de janeiro de 2022
Catástrofe Nuclear (Threads) - 1984
Reece Dinsdale
David Brierly
Rita May
Nicholas Lane
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Comentário:
Eu, como redator desse blog, achei que nessa busca incessante pelo que há de mais doentio, depravado e intragável nos confins da história do cinema tinha visto de tudo, mas nada poderia me preparar para a experiência de assistir "Threads". Produzido pela BBC (e se não fossem os planos fechados e quadradões, você jamais imaginaria que é feito para TV), é uma espécie de exercício especulativo sobre o que aconteceria, longe das metrópoles, caso houvesse uma escalada fatal nas tensões nucleares na Guerra Fria. O primeiro ato, com muita calma, estabelece um bairro classe operária nos subúrbios industriais ingleses, seus habitantes e fragmentos de noticiários que vão dando conta da política internacional. Essa parte pode parecer arrastada para alguns, mas é fundamental porque, no seu tom semi-documental, quase neorrealista, conquista credibilidade para mostrar suas cartas adiante...
O recente "Don't Look Up", escrito antes da pandemia, errou consideravelmente nas previsões quando o assunto é a reação do populacho à crises globais. "Threads" acerta em cheio. As opiniões controversas e as prateleiras de papel higiênico vazias nos mercados, quando um ataque nuclear parece iminente, são imagens que ressoarão forte no espectador de 2022. Esse mal estar involuntário é um aperitivo do que está por vir. Com amplo respaldo científico, o que segue é uma representação, nos mínimos detalhes, de como exatamente seria esse cenário - feito em uma época onde isso parecia efetivamente inevitável. De forma totalmente sóbria, distanciada, livre de sentimentalismo barato, vemos uma sociedade se reduzir a seu nível mais bárbaro e brutalizado numa lentidão dolorosa. Primeiro os efeitos imediatos (a destruição, os feridos), adiante os efeitos da radiação, a quebra das cadeias de fornecimento, o fim da ordem estabelecida, e assim vamos, gerações adiante nesse possível apocalipse, onde o mais aterrorizante acaba sendo não o fim da humanidade, mas sim a sua continuidade.
Há quem queira em definir "Threads" como uma ficção-científica - e esses não tem a menor ideia de nada. O grande Kurt Vonnegut disse certa feita que os críticos insistiam em classifica-lo como um autor de gênero apenas porque ele "não ignorava os avanços tecnológicos como os vitorianos ignoravam o sexo", e essa é a chave para compreender a lição cuidadosa de Mick Jackson. Esses cenário pode até não se concretizar (nunca dá pra descartar nada), mas se fosse pra ser, é assim que seria. É a realidade nua, crua e documental de um futuro que não aconteceu, apenas.
"Threads" poderia ser apenas um cautionary tale (e não deixa de ser, também) mas é tão agressivamente perturbador, indigesto, aterrorizante e deprimente que está num seleto panteão de filmes que não são considerados "chocantes" gratuitamente, lado a lado, por exemplo, do soviético "Vá e Veja". Claro que não quero comparar com aquele em méritos técnicos e artísticos ("Threads" está longe de ser perfeito enquanto cinema), mas sim no mérito da experiência de assisti-lo ser um trauma, uma FACADA NO FÍGADO (marca registrada), certamente mais desesperador e violento que 90% dos filmes nesse blog. No meu mundo ideal, é isso que passariam nas escolas para as crianças (junto com o Ilha das Flores).
quarta-feira, 5 de janeiro de 2022
Jogos de Estrada (Road Games) - 1981
Jamie Lee Curtis
Marion Edward
Grant Page
terça-feira, 4 de janeiro de 2022
A Caçada do Futuro (Turkey Shoot) - 1982
Direção: Brian Trenchard-Smith
Elenco: Carmen Duncan Jennifer, Michael Craig, Noel Ferrier, Steve Railsback
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1080p: Link magnético
Comentário: Uma das obras-primas do Ozploitation, que ficou famosa por sua produção controversa, onde utilizaram munição real em algumas (ou várias cenas), ferindo alguns dublês, mas sem nenhuma alecbaldwinzação.
Mas é a chinelagem convicta de tudo que torna o filme saboroso demais. O enredo é tão ordinário que a violência é só a tônica assumida mesmo, até resguarda a putaria (consegue evitar o estupro, veja só, coisa rara nos exploitation) para priorizar de uma vez a selvageria. E quando você vê a versão australiana do Sargento Pincel descendo o sarrafo numa mulher — possivelmente menor de idade — sabe que vem coisa especial. Aí quando aparece um lobisomem, do nada, com roupas civis, parece uma progressão bem natural.
Esse |
Até nas similaridades físicas o filme é eficiente, afinal o lugar é administrado pelo sósia do senador Luis Carlos Heinze e do general Heleno, cujo personagem, numa das sutilezas do filme, se chama Thatcher — no Reino Unido, aliás, o filme foi lançado com o nome de Blood Camp Tatcher e fez muito sucesso kkk. E acaba sendo fidedigno ao que seria um cenário desses: uma bagunça do caralho. Os caras querem ordem e não conseguem nem escravizar direito o pessoal, no meio da tarde mandam tudo os prisioneiros pro dormitório, liberam a fornicação de boa. E ainda deixam o trabalho no meio do expediente pra espairecer no mato, perambulando com umas carangas anacrônicas CÓPIAS FAJUTAS do design do Gurgel e se divertindo numa caçada? Que mamata. Mas o mais folgado mesmo é o lobisomem de meia idade acima do peso, cansado e sem consciência de classe (prefere trajes civilizados, cabelo escovado, e usar artes marciais ao invés dos privilégios da espécie), vagabundo mesmo.
Pra finalizar, os bastidores desse filme reservam uma das melhores anedotas do cinema (se for real): em um dos takes de uma cena que a personagem vai decepar a mão armada do sargento Pincel, durante a gravação, no movimento do facão, o diretor teria dito 'cut' para cortar a cena, e a atriz entendido cut para cortar o braço do ator, que teria salvo a mão por milímetros. Uma pena, valeria o sacrifício.
O Colecionador de Almas (Dust Devil) - 1992
Sinopse: No deserto da Namíbia, mulher fugindo de seu ex-marido dá carona a um enigmático passageiro - um serial killer ligado a rituais de sacrifício a uma entidade maligna que os locais chamam de "demônio de poeira", um ser que assume a forma humana e precisa coletar almas para transcender novamente ao mundo dos espíritos. Na cola deles, um policial cético em negação de suas origens tribais.
Direção: Richard Stanley
Elenco: Robert John Burke
Chelsea Field
Zakes Mokae
John Matshikiza
Rufus Swart
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Comentário:
Poucos filmes conseguiram invocar um universo particular de forma tão intensa e convincente quanto "Dust Devil", a obra-prima esquecida de Richard Stanley que definitivamente precisa ser descoberta. As raízes da sua obscuridade começam na pós-produção: o corte original de 2h do jovem diretor (que até então tinha feito apenas o independente "Hardware"), odiado pelos distribuidores ingleses, foi mutilado à revelia para uma versão incompreensível de 95min e lançado com o título de "Demonica". Massacrado pela crítica no seu breve circuito europeu, o filme então foi para os EUA onde a Miramax, coprodutora, o esquartejou novamente para incríveis 85min, no provavelmente maior crime que um Weinstein já cometeu - e que inclusive deu um calote no coitado do Stanley, que passaria os próximos anos juntando dinheiro desesperadamente para financiar o corte final do seu próprio bolso.
A história prova que o esforço valeu a pena, pois da versão que nos chega hoje resta apenas a glória. Ambientado no saturado deserto namibiano - que poderia facilmente se confundir com o outback dos ozploitations - a obra altamente atmosférica assumidamente invoca tanto a grandiosidade dos faroestes de Leone quanto das obras surrealistas de Jodorowski. Nesse mundo de mandalas jungianas - onde nos são dadas apenas migalhas de uma mitologia complexa e profunda - os poucos personagens são reduzidos aos seu nível mais elementar arquetípico (o demônio, a vítima, o policial) que dançam em uma trama relativamente simples, contraposta pela grandiosidade do escopo espiritual e operático de Stanley.
Algo posso conceder aos críticos: o terceiro ato se torna ligeiramente arrastado e ganharia com uns minutinhos a menos. Fora isso, um tour de force, um magnus opus, particularmente um dos meus favoritos e se você não gostou o problema deve estar no fato de você ser burro.