sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

The Exorcism - 1972

AKA

"Dead of Night: The Exorcism"

"The Exorcism by Don Taylor"

Sinopse:  casal burguês socialista convida casal de amigos burgueses socialistas para a Ceia de Natal na sua nova casa, uma cabana reformada no interior da Inglaterra. Uma série de eventos estranhos logo preocupa o grupo, que se força a aceitar que algo de sobrenatural se desencadeia na noite. Tem 50 minutinhos.

Direção: Don Taylor

Elenco: Anna Cropper, Sylvia Kay, Edward Petherbridge, Clive Swift



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Observação: o release na verdade não é um release. Simplesmente peguei uma versão postada no youtube e baixei num daqueles sites gratuitos fuleiros. Então, se a imagem original já era cagada (nunca foi lançado fisicamente, pelo que li), piorou na compressão e tá arquivo direto porque tem míseros 95MB. E a legenda tá medonha, tem alguns trechos que tá em quatro linhas. MAS É EXCLUSIVA, DE NOVO, ENTÃO NÃO RECLAMA!

Comentário: Esse filme na verdade não é um filme. É um episódio de uma série de sete curtas de terror — o único a ter feito sucesso. E o exorcismo na verdade não é um exorcismo propriamente dito, ou popularmente estabelecido após o filme do Friedkin (que viria depois), tem lá uma possessão, mas é bem respeitosa e era isso. E quando eu disse que fez sucesso também era mentira. Ele se sobressaiu aos outros episódios — que eram obviamente medíocres — e hoje é relativamente cultuado, mas para por aí.
E o pior é que é bom mesmo. Dá inclusive uma tristeza ver um argumento bom, um texto tão bem escrito e interpretado se alongar por miseráveis 50 minutinhos.
Aprofundando mais essa sinopse aí... os casais têm um ar petulante inerente do burguês socialista  somado ao ar desagradável natural do sotaque e do biotipo (cara amassada) britânico, mas são simpáticos, até certo ponto. Ou talvez só lembrem aqueles amigos com discurso político afiado que todo mundo tem, mas que ninguém leva a sério (e não, não me refiro a você, leitor, você não é levado a sério porque tem quase 40 anos e ainda mora com a mãe).
Pelo menos o filme faz bom uso da ostentação intelectual que eles fazem questão de exibir: todo evento sobrenatural é sucedido de uma reflexão filosófica, social ou racional. Ou seja, não tem personagem abobado fazendo escândalo toda hora. Tudo é debatido de uma forma interessante e os próprios eventos são bem apresentados.
E pela produção visivelmente miserável, a atmosfera é muito sombria e elegante. Tem outro filme de casa assombrada postado no blog que esbanja sutileza e charme (aqui), mas nem se compara a esse, que consegue construir e reproduzir o medo apenas na reação e falas dos personagens, sem muito exibicionismo.
A conclusão pode ser duvidosa. Por ter um clima tão imponente, particularmente esperava uma explicação sobrenatural pragmática e esperta que fizesse jus ao todo. Mas acaba como um comentário político debochado. No final das contas, a casa é só a materialização do sonho de todo pobre em querer ver o burguês socialista tombado na própria hipocrisia.

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