segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

A Casa com Janelas Sorridentes (La Casa Dalle Finestre Che Ridono) - 1976

 Outro título: The House of the Laughing Windows 

Sinopse: Stefano, um pintor, viaja até um vilarejo para restaurar uma pintura de São Sebastião sendo torturado. Depois de um tempo no vilarejo, Stefano descobre que algo não esta certo.

Direção: Pupi Avati

Elenco: Lino Capolicchio, Francesca Marciano, Gianni Cavina









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Comentário: Para quem tem apreço por giallos e já acabou o estoque de possibilidades, considerando ser um subgênero limitado de exemplares realmente notáveis, pode muito bem investir uma incursão por esse semi-giallo/gótico, que não tem lá muitos dos elementos principais (sem luvas, navalhas ou violência gráfica constante), mas se diferencia pela condução envolvente. Na história, um restaurador (uma espécie de versão italiana canastra de James McAvoy) é chamado para uma cidadezinha de interior italiana para recuperar uma obra toda lanhada numa parede da igrejinha local. A imagem, bizarra por si, obviamente resguarda um contexto macabro de sua concepção, que o McAvoy dos pobres vai aos poucos descobrindo enquanto transa com as forasteiras da região. 
A começar pela ambientação, já temos algo diferente, foge bastante do ambiente urbano e concentra tudo no vilarejo, quase um giallo rural. Como disse, nada de luvas de couro ou gore, tem sim cenas pontuais violentas, como a abertura estilizada e instigante e naturalmente no clímax também, mas são praticamente os únicos momentos de violência mais explícita. O foco mesmo é o suspense, e a história é interessante o suficiente para manter a atenção. E lá pro fim ainda tem uma reviravolta divertida. Único problema é que o filme não aproveita totalmente as justificativas para o núcleo violento e perde a oportunidade de explorar algumas possíveis analogias com a arte, que tinham potencial!

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

O Caçador de Bruxas (Witchfinder General) - 1968

Sinopse: Na Inglaterra do século 16, Matthew Hopkins, um cruel e violento auto-intitulado caçador de bruxas tortura e executa jovens inocentes por supostos envolvimentos com bruxaria. Um homem, Richard Marshal, está determinado em acabar de vez com o reinado de sangue de Hopkins.

Direção: Michael Reeves

Elenco: Vincent Price, Ian Ogilvy, Rupert Davies, Hilary Heath






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Comentário: A sinopse de Witchfinder General é tão boa que eu decidi não colocar ela na íntegra para vocês não se empolgarem tanto. Não que o filme dê margem para muita empolgação, pois nas primeiras cenas já dá para notar o nível paupérrimo da produção, cujo figurino e o próprio tom da coisa, embalado pela presença — e voz david lynchiana — sempre zoada de Vincent Price (nunca entendi o apelo, sinceramente), dão um ar de Corman dos pobres (se é que é possível). É tão galhofa a pretensão de seriedade que não seria estranho que a qualquer momento surgisse o John Cleese para anunciar a chegada da inquisição do Monty Python. 
Tão logo, no entanto, começam a rolar cenas de muito mau gosto — em 35 minutos três personagens transam com uma mesma mulher, como forma de demarcar claramente a personalidade de cada um dos homens, é sério. E sessões de tortura progressivamente tornam-se mais gráficas e explícitas (uma em especial surpreende, envolvendo uma fogueira). 
É um filme com muito potencial não alcançado e mal escalado, mesmo assim, é inegavelmente bom e corajoso em muitos aspectos. Muito se fala de tensões que envolveram o diretor e Price, que notória e publicamente nunca foi a escolha para o papel. Entende-se a frustração do cineasta, considerando a canastrice destoante que ele empregou ao personagem. Ainda assim, o Price considerava essa a melhor atuação da sua carreira (...).
Na época, o filme foi sucesso de público e fracasso de crítica. Com o tempo, angariou o status de cult, especialmente pela controvérsia e pelo fato de o diretor morrer meses antes do lançamento, aos 25 anos. 
Está previsto para breve um remake, dirigido pelo John Hilcoat (responsável pelo ótimo western Proposition, de 2005), o que não deixa de ser promissor em razão do já mencionado potencial desperdiçado. 


quarta-feira, 14 de outubro de 2020

À Um Passo do Abismo (Over the Edge) - 1979

Sinopse: Nova Granada é uma comunidade planejada onde Ritchie White (Matt Dillon), Claude Zachary (Tom Fergus) e Johnny (Tiger Thompson) vivem em harmonia com outros adolescentes e suas famílias. Contudo, o que foi desenhado para ser correto e organizado acaba mudando...

Direção: Jonathan Kaplan

Elenco: Matt Dillon, Michael Eric Kramer, Pamela Ludwig






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Comentário: Hoje em dia se tem algum reconhecimento é por ter sido o filme favorito (ou um dos) de Kurt Cobain. Deve ter sido a primeira experiência mind-blowing dele kkk.
Não vou entrar em detalhes, mas é sim uma grata surpresa e deve ter chocado jovenzitos que na época foram ao cinema achando se tratar de um inofensivo entretenimento adolescente naquele pré-cinema incendiário hormonal da década de 80. É até curioso como o filme insinua um tom espirituoso juvenil até, a partir de reviravolta, tornar-se gradativamente sombrio e no fim ser quase um gatilho para a arruaça. Não dá para entender se a obra, como discurso, toma o lado da provocação ao repertório moralista da época ou se não passa de um alerta reacionário para pais das gerações constituídas pós-Guerra do Vietnã. Não que isso importe, de qualquer forma.

A Lenda de Boggy Creek (The Legend of Boggy Creek) - 1972

Sinopse: No formato "mockumentary", expõe relatos de experiências traumáticas vividas por moradores dos arredores de Fouke, no Arkansas, que desde meados da década de 1950 são assombrados por criatura.


Direção: Charles B. Pierce


Stars: Willie E. Smith, John P. Hixon, Vern Stierman 





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Comentário: Infelizmente o falecido diretor não pôde apreciar o estupendo resultado da restauração do seu próprio filme e que certamente superaria qualquer pretensão que ele mesmo teve quando o concebeu em todo vigor estético que seu miserável orçamento de U$ 100 mil possibilitou na época. E aí que tá mais um privilégio de vivermos nessa maravilhosa era dos computer, que além de nos permitir ter acesso irrestrito para revisitar  esse vídeotambém garante que filmes medíocres e insignificantes para o cinema mundial conquistem um privilégio desproporcional de ter sua estética totalmente restaurada e continuem a ser consumidos por otários quase 50 anos depois.

Ok, obviamente estou sendo injusto, porque esse blog JAMAIS postaria um filme ruim. O que prejudica The Legend of Boggy Creek é justamente, entretanto, suas limitações orçamentárias e a direção sem qualquer traquejo para o terror ou suspense, que tornam momentos de tensão sonolentos e as aparições esporádicas do monstro quase que uma sketch do João Kleber envolvendo sustos e pessoas fantasiadas de gorila. 

Contudo, há um charme genuíno que ressarce as capenguices técnicas. Começa pela já mencionada estética que dá a textura merecida à ambientação do Arkansas e suas similaridades geográficas com o Mississippi (que fica ali nos arredores) e isso remete a todo imaginário culturalmente estabelecido e vinculado a campos inóspitos e pântanos sugestivamente assustadores daquela região. Mas os elementos que realmente credenciam o filme a um status cult — mas de um nicho bem específico, eu diria voltado especialmente para um público de tetudos cabeludos com rabo de cavalo — é a aura folclórica que as atuações autênticas dos capiais (que seriam moradores da região que de fato alegam ter vivenciado o que relatam) e a narração elegante e rebuscada de Vern Stierman. É como se o locutor, que diz ter crescido nas redondezas, de fato o tivesse e quando adulto deixado a cidade, adquirido a oratória necessária para voltar e tornar narrativa a lenda da tal criatura que assombra por décadas os seus conterrâneos. E são os poucos os filmes que conseguem de fato convencer em propostas como essa, como é o caso deste. Porém, mesmo esse mérito acaba sendo meio que um auto-boicote, pois a insistência do filme em dar sustentação à lenda por meio dos relatos acaba se tornando um recurso repetitivo e já lá pelo sexto testemunho você se sente ouvindo a prima da sua avó contando a mesma história, mas sem um clímax satisfatório. 

No fim, o balanço pende bem mais para o positivo e de qualquer forma vale pela sua importância, porque além de explorar uma então rara linguagem de falso documentário, serviu de inspiração para outros filmes utilizarem o famoso "As cenas a seguir são registros reais, etc., etc.", apropriado, por exemplo, em o Massacre da Serra Elétrica dois anos depois. 

quarta-feira, 23 de setembro de 2020

O Canto de Jimmie Blacksmith (The Chant of Jimmie Blacksmith) - 1978

 

Sinopse: Baseado na história real de Jimmie Governor, um aborígene que  enfrenta dificuldades ao tentar se inserir à sociedade branca e racista australiana. Aí o que se espera acontece...


Direção: Fred Schepisi


Elenco: Tommy Lewis

Freddy Reynolds

Ray Barrett

Jack Thompson



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Comentário: Sem querer requentar a bajulação ao cinema australiano e a lamentação do quão depreciada é sua importância, exaltemos apenas como cada filme - entre os relevantes - reivindicou uma particularidade no auge do ozploitation. E todos se complementam de tal forma que, no final, tanto a maior chinelagem ao mais pretenso à sofisticação apresentam nível igualitário de inspiração. 
O Canto de Jimmie Blacksmith pertence, por exemplo, a uma categoria mais bocejante: a da autorreflexão histórica. Mas é só tempo de aguentar a contextualização necessária, que basicamente consiste em mostrar a insistência do aborígene Blacksmith em inserir-se na dominadora sociedade branca australiana e na ainda mais insistente intolerância que recebe como resposta.
O que se procede é uma série de inevitabilidades que desembocam na violência como único meio. Momento que percebemos o agente silencioso atuante nesse tempo todo: a montagem magistral do filme, que faz transitar  diferentes perspectivas dos personagens e aí sim alcança eficiência no seu propósito de representação histórica, ao simbolizar a violência como justificativa, catarse e reação. Aí é quando se dividem os espectadores no velho ultimato "de que lado você está?": daí cabe a você escolher se concorda com os fascistas cuzões, com a burguesia dissimulada ou com o aborígene revolucionário.


quinta-feira, 9 de julho de 2020

Fase IV - Destruição (Phase IV) - 1974

Sinopse:Um fenômeno cósmico parece causar uma mutação nas formigas, tornando-as seres inteligentes. Logo, um grupo de cientistas vai ao deserto para investigar o caso, e encontra estranhas construções.

Direção: Saul Bass

Elenco: Nigel Davenport, Michael Murphy, Wesley Jonathan










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Comentário: O Saul Bass ficou conhecido como o cara que criava os créditos legais dos filmes do Hitchcock (e do Kubrick, e do Otto Preminger e mais tarde do Scorsese). Mas ele foi muito mais do que isso! Mentira, ele foi só isso mesmo. Porééém, em um momento perdido da biografia, o Bass foi um cineasta, daqueles de um filme só mesmo. E dirigiu isso aí, o inusitado Phase IV. 
Os desdobramentos em si são interessantes, mas a maior distinção do filme está nas cenas detalhadas de dentro do formigueiro, que é quando prova seu ponto, demonstrando que as formigas são, sim, mais inteligentes que os humanos retratados, pois dominam a arte cênica de uma forma muito mais habilidosa que o elenco. Na verdade toda a parte "dos humanos" é capenga sim. O que é compensado tecnicamente nos planos detalhadíssimos das formigas em ação. Maldosos poderiam dizer que o Bass teve acesso a alguma material extra do Animal Planet, criou um roteiro e filmou com os amigos o resto num final de semana. Mas acredito que não, pois o conceito parece sim convicto, embora não aproveite em momento todo o seu potencial. 
De qualquer forma, é a obra pouco conhecida e única (em termos de peculiaridade e singularidade de produção do cineasta mesmo) de um artista de importância até subestimada no cinema (se você notar, todos os filmes que o Bass foi responsável pelos créditos têm uma harmonia estética que praticamente sobrepõe a própria identidade visual dele a dos cineastas). 

quinta-feira, 2 de julho de 2020

Rumo ao Inferno (The Narrow Margin) - 1952

Sinopse: Uma mulher que planeja testemunhar contra mafiosos precisa ser protegida por um detetive em uma viagem de trem de Chicago até o Los Angeles.

Direção: Richard Fleischer

Elenco: Charles McGraw, Marie Windsor, Jacqueline White











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Tem uma pasta no próprio arquivo com legenda em PT-PT (que está supimpa).


Comentário: A brevidade da sinopse se reproduz nos humildes — mas bem aproveitados — 71 minutos de 'The Narrow Margin'. Mas, mesmo nessa duração enxuta, todo noir reserva sempre o risco de o tempo sensorialmente se dilatar e tornar-se aquele mais do mesmo arrastado. Não é o caso aqui, a 1h11min é perfeitamente adequada e funciona no ritmo ampulheta que a trama se propõe.
Tem também um simpático tom pulp, especialmente pela atuação caricata, mas divertida, de Charles Mcgraw e a relação dele com a  personagem interpretada pela Marie Windsor, em especial nas breves investidas às questões morais acerca da situação vivida por eles. A estética também corrobora para o ar vagabundo do filme, que foi um dos primeiros a usar 'câmera na mão'. E esse recurso foi escolhido pelo Fleischer como forma de facilitar a movimentação cenográfica e logística da produção, mas que acabou ajudando na própria dinâmica narrativa, conseguindo encapsular muito bem o ar hitchcockiano na tradicional ambientação de trem. Filmaço.

domingo, 21 de junho de 2020

Pelos Caminhos do Inferno (Wake in Fright) - 1971


Sinopse: Um professor cansado da vida que leva tira folga do trabalho e viaja para encontrar a mulher com quem teve um caso tempos atrás. Mas no caminho passa por uma cidade em que calor é insuportável, e onde todas as pessoas aparentam ser vítimas da perdição. O difí­cil vai ser esse homem sair desse lugar "possuí­do" pela jogatina e pela cerveja.

Direção: Ted Kotcheff

Elenco: Chips Rafferty, Donald Pleasence, Gary Bond, Jack Thompson Dick






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720p (777MB)
1080p  (1,6GB)

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ONLINE (Legendado): Youtube


Comentário: O cinema australiano é um eterno oásis de obras-primas, mas que fica isolado no outback de chorume cinematográfico que é o resto do mundo. Já tem documentário que aborda isso, mas sim, com exceção de um que outro Mad Max da vida, que encontram ressonância em grande escala, dá pra dizer que tem muita coisa produzida por lá que ainda hoje é pouco conhecida. Wake in Fright é um dos casos, embora o desconhecimento desse, em específico, seja primordialmente culpa dos próprios produtores, que perderam os negativos por décadas e só foram reencontrar em 2004.
Felizmente que acharam esse negócio! De lá pra cá o filme conquistou o reconhecimento em algum grau e já é alçado ao status de cult. Merecidíssimo. Assistir a Wake in Fright é quase ter uma experiência multidimensional de verdade e sem óculos 3D. Dá para sentir o calor, a sede, o cheiro e praticamente suar junto com o filme. Tematicamente é uma espécie de utopia da escrotidão do universo masculino, onde o protagonista é afundado em uma espiral de bestialidade num falso mundo hospitaleiro e solar, mas que na verdade é só sufocante e primitivo. É só treta, cerveja e aposta.
E já fica o aviso pra separar umas long neck ja que é quase um pré-requisito para conseguir assistir sem salivar, porque é certamente o filme com maior consumo de álcool da história do cinema (embora o tom que prevaleça seja de uma amarga ressaca).
Ah, atenção que tem uma matança real de cangurus que ficou famosa e até hoje gera polêmica. A produção até justificou que foi filmado em um contexto de caça permitida na época. Porém, vale o aviso pro pessoal mais sensível ou que tenha alguma compaixão com animais o que não deve ser o caso de quem acessa esse blog.

sábado, 20 de junho de 2020

A Morte Numa Noite Fria (A Cold Night's Death) - 1973

Sinopse: A atitude estranha de um cientista em um centro de pesquisa localizado no Polo Norte e que realiza experimentos com macacos para um programa espacial, faz com que dois cientistas sejam imediatamente enviados para o local para solucionar o mistério. Assim que se estabelecem na estação, eles encontram o colega morto e percebem que há algo estranho acontecendo.

Direção: Jerrold Freedman

Elenco: Robert Culp, Eli Wallach







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>> Torrent e legenda (730 MB)


Comentário: Estamos falando de um filme de 1h14min, amigos, 1 hora e 14 minutos. Você lembra quando foi a última vez que viu um filme com menos de uma hora e vinte? Nem eu (talvez [REC]). Porém, é feito para TV, então trata-se de uma produção mais humilde e mesmo a duração modesta passa enroscada, quero dizer, o filme é quase chato mesmo sendo tiro curto.
Ainda assim é uma conferida mais do que válida, certamente não se tornará aquela pérola que você recomendará com ar de culto consumidor de obscuridades para seus amigos, mas, de fato, é uma preciosidade esquecida (ou jamais reconhecida).
O conceito é esperto: apenas dois atores, isolados numa locação. Temos o Robert Culp em sua imposição natural de respeito e o Eli Wallach (o eterno feio do filme do Leone) que compensam a falta de elementos cenográficos. Os momentos de tensão são pontuais, mas eficientes e o desfecho é preciso, daqueles de causar um riso de satisfação.
Contudo, os aspectos mais instigantes são a própria atmosfera de paranoia entre os personagens e especialmente a ambientação, que seriam praticamente reproduzidas por John Carpenter 9 anos depois, em "O Enigma do Outro Mundo". Não sei se de fato é uma influência admitida por Carpenter, mas é impossível não notar semelhanças.

Confronto no Pavilhão 99 (Brawl in Cell Block 99) - 2017


Sinopse: Bradley Thomas é um ex-boxeador que perde o emprego como mecânico, é avisado pela mulher que é corno no mesmo dia e, em ato contínuo, destrói o carro dela na porrada. Logo depois eles fazem as pazes, se juram de amor e ele decide virar traficante para dar uma vida digna para a mulher e o futuro herdeiro do casal. Eventualmente as coisas dão errado e casualmente ele é obrigado a ser preso e se infiltrar numa espécie de masmorra para assassinar uma pessoa que ele nem sabe se existe.

Direção: S. Craig Zahler

Elenco: Vince Vaughn, Jennifer Carpenter, Don Johnson



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950MB : Torrent (Pirate Bay)
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2GB: Torrent (Rarbg)
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Comentário: Esse filme é basicamente tudo que a Odisséia de Homero tentou ser e não conseguiu. Uma saga épica e catártica protagonizada pelo Vince Vaughn, que começa com ele espancando o carro da própria mulher. Daí em diante, amigos, seguem mais de duas horas de puro deleite narrativo. É um daqueles raros casos que você nem quer tanto ver os personagens tendo suas cabeças esmagadas, ou corpos repartidos ao meio, nem precisava, porque se fosse um filme só acompanhando o dia a dia do Vaughn na prisão já bastava. Mas sim, a violência surge, ainda em mais profusão do que em Bone Tomahawk, embora dessa vez mais caricata, exploitation, quase beirando ao cartunesco.
Só há duas coisas ruins: o carisma de todos os personagens (eu diria absolutamente todos, até aqueles que contracenam por meros segundos), que torna a violência contra eles mais triste do que merecida. E o outro aspecto negativo é que o filme acaba, em algum momento.
Vale aquela dobradinha do Zahler com Bone Tomahawk (ou maratona mesmo, terminando com o Dragged Across the Concrete, que é ótimo, mas inferior aos antecessores).

Rastro de Maldade (Bone Tomahawk) - 2015

Sinopse: Numa cidadezinha do velho oeste já cansado, um xerife mobiliza um grupo de resgate para encontrar a médica da comunidade, sequestrada por uma tribo de canibais. A força-tarefa conta ainda com o ator de Lost, um velho e um cara com a perna bichada.

Direção: S. Craig Zahler

Elenco: Kurt Russell, Patrick Wilson, Matthew Fox, Richard Jenkins









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720p (1,1gb)
1080p (2,2gb)


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Comentário: "Bone Tomahawk" foi desovado lá em 2015, discretamente, como um aparente western B direto para dvd, no mesmo ano que o Tarantino lançava o seu "Os Oito Odiados". Os dois filmes tinham um ator em comum no elenco, o Kurt Russell. Para quem acompanha a indústria, sabe que geralmente atores no perfil do Russell (que são icônicos, mais do que necessariamente talentosos) oscilam entre produções de respeito (raras) e tranqueiras (recorrentes) para faturar o necessário pra pagar as contas e custear algum vício. O que parecia se enquadrar, no caso o "Oito Odiados" sendo a obra virtuosa e Bone Tomahawk para se esconder debaixo do tapete. Acabou que foi o inverso, o do Tarantino gerou aquele tiquinho de decepção na sociedade, enquanto Zahler surpreendeu os desavisados com um western-horror de primeiríssima categoria com potencial de cult. Portanto, o western correto de Russell em 2015 é o Bone Tomahawk.
O filme já abre com uma degola e os primeiros cinco minutos seguem numa sequência de selvageria. A intensidade da arrancada acaba criando uma falsa expectativa de que um festival incessante de gore estaria por vir, mas o que se sucede é, genuinamente (o que é raro!), o desenvolvimento dos personagens, uma dedicação plena narrativa às relações e à história. O elenco também ajuda, além do Russell, tem o cara do Lost e o cara do Invocação do Mal (e no início tem o cara do Rejeitados pelo Diabo). Mas o melhor mesmo é o Richard Jenkins (aquele velho que normalmente faz coadjuvantes).
Tem arrombado que torce o nariz para a lentidão do segundo ato. De fato, é um período longo de conversas e caminhadas, mas é pura e simplesmente a progressão narrativa de um slow-burn horror, que culmina numa explosão de violência contundente, mesmo!
Filmado em 21 dias, com orçamento de U$ 1,8 milhão e usando a clássica western town da Paramount Ranch, Bone Tomahawk é uma daquelas experiências memoráveis dignas de  mostrar para o pai e ver a reação do velho naquela cena (aquela!).
E se já assistiu, vale rever, porque melhora.

sexta-feira, 19 de junho de 2020

O Guerreiro do Futuro (The Ultimate Warrior) - 1975

Sinopse: No futuro (2012, kkkk), uma praga assola o mundo. Sobreviventes ocupam guetos e prédios abandonados de Nova Iorque e se confrontam esporadicamente. Um desses grupos é liderado por Baron (Max Von Sydow), que administra a sobrevivência de todos de forma pacífica, dentro do possível. Nesse grupo, outro personagem que não lembro o nome consegue desenvolver uma semente resistente à praga e que resgata a esperança de muitos, ao mesmo tempo que acentua a escrotidão de outros. Paralelamente, um careca misterioso interpretado pelo Yul Brynner chega para tornar o filme menos genérico.

Direção: Robert Clouse

Elenco: Yul Brynner, Max von Sydow, Joanna Miles


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Pirate Bay (1,3GB)

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Comentário: O enredo é aquele PFzão pós-apocalíptico de sempre, e na verdade o próprio filme não foge muito disso. Mas há um inegável charme subjetivo que faz ele não pertencer à vala comum das tranqueiras do subgênero. Começa pelo elenco, mais qualificado do que o normal, tendo o Von Sydow (dois anos depois do Exorcista e já velho nessa época) e o Brynner (De Sete Homens e um destino, Westworld, etc.) e a própria direção do Robert Clouse (do Operação Dragão), que remete um pouco à estética de um western. Não só isso, alguns caminhos do próprio roteiro flertam com elementos narrativos típicos do faroeste (como o próprio surgimento messiânico do estranho). A trilha sonora é peculiar (no bom sentido) e a ambientação convence, apesar de tudo ser visivelmente barato.
Há também uma economia na própria narrativa que difere um pouco dessas distopias espalhafatosas: é objetivo e vai do ponto A ao B, sem muitos delongas ou reviravoltas. Basicamente, é um filme de sobrevivência mesmo, sem muita frescura.
A violência em si não foge do que se via nos exploitations da época, mas tem momentos marcantes, especialmente o final. Atenção especial para uma das últimas cenas, em que um ratinho aparece de tocaia no esgoto. Aquela ratazana cagou na boca do ator William Smith (infelizmente offscreen 😔).

Possessor - 2020


Sinopse: Uma agente trabalha para uma organização secreta que usa tecnologia para habitar (ou possuir, mas como vocês são burros talvez pensem que seja em outro sentido, sei lá qual melhor termo) corpos de outras pessoas com objetivo de usá-los para cometer assassinatos encomendados.

Direção: Brandon Cronenberg

Elenco: Andrea Riseborough
Christopher Abbott
Sean Bean
Jennifer Jason Leigh








DOWNLOAD (ATENÇÃO, TEM UMA MARCA D'ÁGUA MEDONHA NA PARTE INFERIOR DA IMAGEM, MAS É A ÚNICA CÓPIA DISPONÍVEL, ENTÃO NÃO RECLAMA)


TORRENT - https://yts.mx/movies/possessor-2020

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>> 950MB: Em 720p (menor qualidade né, acho que não preciso explicar)

>> 1080p (esse é mais top, baixa essa versão se você tem o mínimo de decência)

Legenda PT-BR

Comentário: Segundo filme do filho do Cronenberg (o primeiro foi um chatão que não lembro o nome e parecia dirigido por aqueles estudantes de cinema brasileiros). Desta vez,  diferente do natimorto cinematográfico que foi o debute, Possessor é um suspiro de esperança sobre o futuro do rapaz.
Tipo de experiência desagradável que por algum motivo (distúrbio, obviamente) tende a agradar o público que frequentava esse blog. O conceito aparenta ser uma daquelas premissas do Christopher Nolan, mas não tem nada daquele escândalo técnico não, o negócio é bruto e rústico. Daria para dizer que é um argumento do Nolan executado pelo John Hyams (já viram Soldado Universal 3 e 4? Assistam, seus arrombados). Tem uma atmosfera que me remeteu também ao Nicolas Refn, mas sem a parte sonolenta.
Estética nublada, com aquela ambientação sonora reduzida comum ultimamente, e um tom melancólico que indica ser dirigido por alguém que possivelmente cresceu ouvindo grunge e xingando a mãe. Mas o que chama mais a atenção é a violência mesmo, tem um pouco do body horror do paizão, mas é muito mais incisiva, quase realista demais, incômoda.
Portanto, não espere tanto daquele baboseira sci-fi moderna pretensiosa, esse é mais diretaço mesmo, sem aquela higienização e preciosismo técnico dos filmes da A24. Possivelmente a obra mais sólida que você verá do gênero por um bom tempo.