domingo, 21 de junho de 2020

Pelos Caminhos do Inferno (Wake in Fright) - 1971


Sinopse: Um professor cansado da vida que leva tira folga do trabalho e viaja para encontrar a mulher com quem teve um caso tempos atrás. Mas no caminho passa por uma cidade em que calor é insuportável, e onde todas as pessoas aparentam ser vítimas da perdição. O difí­cil vai ser esse homem sair desse lugar "possuí­do" pela jogatina e pela cerveja.

Direção: Ted Kotcheff

Elenco: Chips Rafferty, Donald Pleasence, Gary Bond, Jack Thompson Dick






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TORRENT - YIFY 

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720p (777MB)
1080p  (1,6GB)

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ONLINE (Legendado): Youtube


Comentário: O cinema australiano é um eterno oásis de obras-primas, mas que fica isolado no outback de chorume cinematográfico que é o resto do mundo. Já tem documentário que aborda isso, mas sim, com exceção de um que outro Mad Max da vida, que encontram ressonância em grande escala, dá pra dizer que tem muita coisa produzida por lá que ainda hoje é pouco conhecida. Wake in Fright é um dos casos, embora o desconhecimento desse, em específico, seja primordialmente culpa dos próprios produtores, que perderam os negativos por décadas e só foram reencontrar em 2004.
Felizmente que acharam esse negócio! De lá pra cá o filme conquistou o reconhecimento em algum grau e já é alçado ao status de cult. Merecidíssimo. Assistir a Wake in Fright é quase ter uma experiência multidimensional de verdade e sem óculos 3D. Dá para sentir o calor, a sede, o cheiro e praticamente suar junto com o filme. Tematicamente é uma espécie de utopia da escrotidão do universo masculino, onde o protagonista é afundado em uma espiral de bestialidade num falso mundo hospitaleiro e solar, mas que na verdade é só sufocante e primitivo. É só treta, cerveja e aposta.
E já fica o aviso pra separar umas long neck ja que é quase um pré-requisito para conseguir assistir sem salivar, porque é certamente o filme com maior consumo de álcool da história do cinema (embora o tom que prevaleça seja de uma amarga ressaca).
Ah, atenção que tem uma matança real de cangurus que ficou famosa e até hoje gera polêmica. A produção até justificou que foi filmado em um contexto de caça permitida na época. Porém, vale o aviso pro pessoal mais sensível ou que tenha alguma compaixão com animais o que não deve ser o caso de quem acessa esse blog.

sábado, 20 de junho de 2020

A Morte Numa Noite Fria (A Cold Night's Death) - 1973

Sinopse: A atitude estranha de um cientista em um centro de pesquisa localizado no Polo Norte e que realiza experimentos com macacos para um programa espacial, faz com que dois cientistas sejam imediatamente enviados para o local para solucionar o mistério. Assim que se estabelecem na estação, eles encontram o colega morto e percebem que há algo estranho acontecendo.

Direção: Jerrold Freedman

Elenco: Robert Culp, Eli Wallach







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>> Torrent e legenda (730 MB)


Comentário: Estamos falando de um filme de 1h14min, amigos, 1 hora e 14 minutos. Você lembra quando foi a última vez que viu um filme com menos de uma hora e vinte? Nem eu (talvez [REC]). Porém, é feito para TV, então trata-se de uma produção mais humilde e mesmo a duração modesta passa enroscada, quero dizer, o filme é quase chato mesmo sendo tiro curto.
Ainda assim é uma conferida mais do que válida, certamente não se tornará aquela pérola que você recomendará com ar de culto consumidor de obscuridades para seus amigos, mas, de fato, é uma preciosidade esquecida (ou jamais reconhecida).
O conceito é esperto: apenas dois atores, isolados numa locação. Temos o Robert Culp em sua imposição natural de respeito e o Eli Wallach (o eterno feio do filme do Leone) que compensam a falta de elementos cenográficos. Os momentos de tensão são pontuais, mas eficientes e o desfecho é preciso, daqueles de causar um riso de satisfação.
Contudo, os aspectos mais instigantes são a própria atmosfera de paranoia entre os personagens e especialmente a ambientação, que seriam praticamente reproduzidas por John Carpenter 9 anos depois, em "O Enigma do Outro Mundo". Não sei se de fato é uma influência admitida por Carpenter, mas é impossível não notar semelhanças.

Confronto no Pavilhão 99 (Brawl in Cell Block 99) - 2017


Sinopse: Bradley Thomas é um ex-boxeador que perde o emprego como mecânico, é avisado pela mulher que é corno no mesmo dia e, em ato contínuo, destrói o carro dela na porrada. Logo depois eles fazem as pazes, se juram de amor e ele decide virar traficante para dar uma vida digna para a mulher e o futuro herdeiro do casal. Eventualmente as coisas dão errado e casualmente ele é obrigado a ser preso e se infiltrar numa espécie de masmorra para assassinar uma pessoa que ele nem sabe se existe.

Direção: S. Craig Zahler

Elenco: Vince Vaughn, Jennifer Carpenter, Don Johnson



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950MB : Torrent (Pirate Bay)
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2GB: Torrent (Rarbg)
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Comentário: Esse filme é basicamente tudo que a Odisséia de Homero tentou ser e não conseguiu. Uma saga épica e catártica protagonizada pelo Vince Vaughn, que começa com ele espancando o carro da própria mulher. Daí em diante, amigos, seguem mais de duas horas de puro deleite narrativo. É um daqueles raros casos que você nem quer tanto ver os personagens tendo suas cabeças esmagadas, ou corpos repartidos ao meio, nem precisava, porque se fosse um filme só acompanhando o dia a dia do Vaughn na prisão já bastava. Mas sim, a violência surge, ainda em mais profusão do que em Bone Tomahawk, embora dessa vez mais caricata, exploitation, quase beirando ao cartunesco.
Só há duas coisas ruins: o carisma de todos os personagens (eu diria absolutamente todos, até aqueles que contracenam por meros segundos), que torna a violência contra eles mais triste do que merecida. E o outro aspecto negativo é que o filme acaba, em algum momento.
Vale aquela dobradinha do Zahler com Bone Tomahawk (ou maratona mesmo, terminando com o Dragged Across the Concrete, que é ótimo, mas inferior aos antecessores).

Rastro de Maldade (Bone Tomahawk) - 2015

Sinopse: Numa cidadezinha do velho oeste já cansado, um xerife mobiliza um grupo de resgate para encontrar a médica da comunidade, sequestrada por uma tribo de canibais. A força-tarefa conta ainda com o ator de Lost, um velho e um cara com a perna bichada.

Direção: S. Craig Zahler

Elenco: Kurt Russell, Patrick Wilson, Matthew Fox, Richard Jenkins









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Link magnético

720p (1,1gb)
1080p (2,2gb)


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Comentário: "Bone Tomahawk" foi desovado lá em 2015, discretamente, como um aparente western B direto para dvd, no mesmo ano que o Tarantino lançava o seu "Os Oito Odiados". Os dois filmes tinham um ator em comum no elenco, o Kurt Russell. Para quem acompanha a indústria, sabe que geralmente atores no perfil do Russell (que são icônicos, mais do que necessariamente talentosos) oscilam entre produções de respeito (raras) e tranqueiras (recorrentes) para faturar o necessário pra pagar as contas e custear algum vício. O que parecia se enquadrar, no caso o "Oito Odiados" sendo a obra virtuosa e Bone Tomahawk para se esconder debaixo do tapete. Acabou que foi o inverso, o do Tarantino gerou aquele tiquinho de decepção na sociedade, enquanto Zahler surpreendeu os desavisados com um western-horror de primeiríssima categoria com potencial de cult. Portanto, o western correto de Russell em 2015 é o Bone Tomahawk.
O filme já abre com uma degola e os primeiros cinco minutos seguem numa sequência de selvageria. A intensidade da arrancada acaba criando uma falsa expectativa de que um festival incessante de gore estaria por vir, mas o que se sucede é, genuinamente (o que é raro!), o desenvolvimento dos personagens, uma dedicação plena narrativa às relações e à história. O elenco também ajuda, além do Russell, tem o cara do Lost e o cara do Invocação do Mal (e no início tem o cara do Rejeitados pelo Diabo). Mas o melhor mesmo é o Richard Jenkins (aquele velho que normalmente faz coadjuvantes).
Tem arrombado que torce o nariz para a lentidão do segundo ato. De fato, é um período longo de conversas e caminhadas, mas é pura e simplesmente a progressão narrativa de um slow-burn horror, que culmina numa explosão de violência contundente, mesmo!
Filmado em 21 dias, com orçamento de U$ 1,8 milhão e usando a clássica western town da Paramount Ranch, Bone Tomahawk é uma daquelas experiências memoráveis dignas de  mostrar para o pai e ver a reação do velho naquela cena (aquela!).
E se já assistiu, vale rever, porque melhora.

sexta-feira, 19 de junho de 2020

O Guerreiro do Futuro (The Ultimate Warrior) - 1975

Sinopse: No futuro (2012, kkkk), uma praga assola o mundo. Sobreviventes ocupam guetos e prédios abandonados de Nova Iorque e se confrontam esporadicamente. Um desses grupos é liderado por Baron (Max Von Sydow), que administra a sobrevivência de todos de forma pacífica, dentro do possível. Nesse grupo, outro personagem que não lembro o nome consegue desenvolver uma semente resistente à praga e que resgata a esperança de muitos, ao mesmo tempo que acentua a escrotidão de outros. Paralelamente, um careca misterioso interpretado pelo Yul Brynner chega para tornar o filme menos genérico.

Direção: Robert Clouse

Elenco: Yul Brynner, Max von Sydow, Joanna Miles


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Pirate Bay (1,3GB)

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Comentário: O enredo é aquele PFzão pós-apocalíptico de sempre, e na verdade o próprio filme não foge muito disso. Mas há um inegável charme subjetivo que faz ele não pertencer à vala comum das tranqueiras do subgênero. Começa pelo elenco, mais qualificado do que o normal, tendo o Von Sydow (dois anos depois do Exorcista e já velho nessa época) e o Brynner (De Sete Homens e um destino, Westworld, etc.) e a própria direção do Robert Clouse (do Operação Dragão), que remete um pouco à estética de um western. Não só isso, alguns caminhos do próprio roteiro flertam com elementos narrativos típicos do faroeste (como o próprio surgimento messiânico do estranho). A trilha sonora é peculiar (no bom sentido) e a ambientação convence, apesar de tudo ser visivelmente barato.
Há também uma economia na própria narrativa que difere um pouco dessas distopias espalhafatosas: é objetivo e vai do ponto A ao B, sem muitos delongas ou reviravoltas. Basicamente, é um filme de sobrevivência mesmo, sem muita frescura.
A violência em si não foge do que se via nos exploitations da época, mas tem momentos marcantes, especialmente o final. Atenção especial para uma das últimas cenas, em que um ratinho aparece de tocaia no esgoto. Aquela ratazana cagou na boca do ator William Smith (infelizmente offscreen 😔).

Possessor - 2020


Sinopse: Uma agente trabalha para uma organização secreta que usa tecnologia para habitar (ou possuir, mas como vocês são burros talvez pensem que seja em outro sentido, sei lá qual melhor termo) corpos de outras pessoas com objetivo de usá-los para cometer assassinatos encomendados.

Direção: Brandon Cronenberg

Elenco: Andrea Riseborough
Christopher Abbott
Sean Bean
Jennifer Jason Leigh








DOWNLOAD (ATENÇÃO, TEM UMA MARCA D'ÁGUA MEDONHA NA PARTE INFERIOR DA IMAGEM, MAS É A ÚNICA CÓPIA DISPONÍVEL, ENTÃO NÃO RECLAMA)


TORRENT - https://yts.mx/movies/possessor-2020

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>> 950MB: Em 720p (menor qualidade né, acho que não preciso explicar)

>> 1080p (esse é mais top, baixa essa versão se você tem o mínimo de decência)

Legenda PT-BR

Comentário: Segundo filme do filho do Cronenberg (o primeiro foi um chatão que não lembro o nome e parecia dirigido por aqueles estudantes de cinema brasileiros). Desta vez,  diferente do natimorto cinematográfico que foi o debute, Possessor é um suspiro de esperança sobre o futuro do rapaz.
Tipo de experiência desagradável que por algum motivo (distúrbio, obviamente) tende a agradar o público que frequentava esse blog. O conceito aparenta ser uma daquelas premissas do Christopher Nolan, mas não tem nada daquele escândalo técnico não, o negócio é bruto e rústico. Daria para dizer que é um argumento do Nolan executado pelo John Hyams (já viram Soldado Universal 3 e 4? Assistam, seus arrombados). Tem uma atmosfera que me remeteu também ao Nicolas Refn, mas sem a parte sonolenta.
Estética nublada, com aquela ambientação sonora reduzida comum ultimamente, e um tom melancólico que indica ser dirigido por alguém que possivelmente cresceu ouvindo grunge e xingando a mãe. Mas o que chama mais a atenção é a violência mesmo, tem um pouco do body horror do paizão, mas é muito mais incisiva, quase realista demais, incômoda.
Portanto, não espere tanto daquele baboseira sci-fi moderna pretensiosa, esse é mais diretaço mesmo, sem aquela higienização e preciosismo técnico dos filmes da A24. Possivelmente a obra mais sólida que você verá do gênero por um bom tempo.