quinta-feira, 18 de abril de 2024

O Elevador Assassino (De Lift) - 1983

Sinopse: é isso aí mesmo, quer que eu explique o que

Direção: Dick Maas

Elenco: Huub Stapel
Willeke van Ammelrooy
Josine van Dalsum
Liz Snoyink
Wiske Sterringa











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Comentário: Ok, o tema é autoexplicativo, mas é preciso esclarecer algumas coisas. A principal é que "O Elevador Assassino" não é uma paródia, ou um terrir. Não é também um lixo metalinguístico babaca que nem o "Rubber". É um autêntico trash que tem a coragem não só de explorar ao máximo a própria premissa, mas também de se esforçar na justificativa. Você acha que o elevador está possuído? Nada disso, a explicação consiste em bio-chips de proteína que... err... se tornam sencientes, enfim. Outra coisa que pareceria ridícula é a ideia de que mais de uma pessoa poderia ser assassinada pelo mesmo elevador. Digo, depois de um tempo as pessoas se dariam conta que usar esse elevador é cilada, não? Se bem que né, no Brasil os retardados não só elegeram o Bolsonaro como por pouco não fizeram de novo... De qualquer forma, as repetições de atrocidades aqui são ao menos justificadas por uma gigantesca conspiração (de industriais japoneses) que tenta acobertar as falhas da nova tecnologia motivados por GANÂNCIA.
    É também muito engraçado (não involuntariamente, mas pela sinceridade mesmo) que o protagonista seja um técnico de elevadores amargurado, com o casamento por um fio, cujo predecessor foi internado em um hospício por chegar perto demais da verdade. Ou seja, um autêntico thriller policial, mas com um elevador no papel de serial killer. A coisa toda é muito dinâmica, o humor funciona, o gore é inesperadamente intenso e bem bolado e o clímax espetacular. "Elevador Assassino" pode ser lembrado com escárnio, mas a piada está com os idiotas que não foram capazes de ver suas qualidades autênticas.
 
Ah, e pontos pela chamada nos cartazes, "pelo amor de deus use as escadas!", que sempre me faz gargalhar.

quarta-feira, 17 de abril de 2024

As Taras da Sétima Monja (La Settima Donna) - 1978

AKA THE LAST HOUSE ON THE BEACH 


Sinopse: Três rufiões invadem um convento recluso litorâneo (no... Brasil?), estupram as jovens freiras, matam uma com empalamento vaginal e depois são mortos e deu. Esse título brasileiro é de extremo mau gosto.

Direção: Francesco Prosperi

Elenco: Florinda Bolkan
Ray Lovelock
Flavio Andreini
Sherry Buchanan
Stefano Cedrati





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Comentário: Rip-off italiano, como TANTOS, do "Aniversário Macabro" do Craven, é o que se espera de um rape revenge sólido. Imundície sórdida, violência gráfica misógina que atinge níveis quase insuportáveis, atuações anti-naturais bizonhas, trilha fuleira com sintetizador, várias gatinhas, aquela dublagem mal feita e um final glorioso. É curto também. É o feijão com arroz da casa da mãe (apesar de que muitos aqui devem ter nascido na zona kk) que vocês doentes tanto gostam.

segunda-feira, 15 de abril de 2024

O Último Mundo dos Canibais (Ultimo Mondo Cannibale) - 1977

Sinopse: Grupo de garimpeiros (tipo os bolsonaristas) é emboscado por uma tribo de canibais nas Filipinas. O resto já dá pra imaginar.

Direção: Ruggero Deodato

Elenco: Massimo Foschi
Me Me Lai
Ivan Rassimov
Sheik Razak Shikur










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Comentário: Você leitor do blog, que tem certa idade, que agora passa os dias observando os cabelo caírem e as crianças brincando no parque - seja para refletir sobre as escolhas que levaram à sua própria solidão e fracasso, seja por que pintou um clima tipo o Bolsonaro - volta e meia deve lembrar nostálgico de quando a internet começou a engatilhar no Brasil, naqueles tempos em que a vida era mais calma e os dias repletos de DESCOBERTAS, de POSSIBILIDADES. Excitados pelo universo que a banda larga e o Orkut abriram, muitos de nós viravam dias colados no computador (como era bom ter a internet em um lugar fixo, como um mundo paralelo, e não essa distopia grotesca), pesquisando em fóruns e blogs (esse próprio começou em 2010) tudo aquilo que as videolocadoras de bairro nunca puderam nos oferecer. Essa segmentação permitiu termos na intimidade do lar aquela mesma sensação de pegar uma cópia do "Faces da Morte" nas mãos, aquele misto de repulsa, constrangimento, medo, uma curiosidade incontornável por algo que parecia proibido.
    Foram nesses anos que muitos de nós assistiram notórias obras obscuras ou banidas do horror, e nada mais natural que a normalização desse acesso tenha nos dessensibilizado de apreciar parte do gênero. "O Último Mundo dos Canibais", da trilogia do Deodato composta por "Holocausto Canibal" e "Inferno ao Vivo" (esse é ruim), chama a atenção porque consegue, de alguma forma, resgatar esse senso de exotismo de outrora. O naturalismo claustrofóbico e incomum de suas locações, o elenco "desconhecido" (incluindo indígenas que parecem efetivamente explorados pelos produtores brancos), a violência hiper realista, a qualidade duvidosa do restauro da imagem e a semelhança com seu sucessor mais famoso 
    É mais tradicional que o "Holocausto" em termos formais, um clássico filme de sobrevivência, que surpreende pela sobriedade. Direto, sem firula, brutal, "Último Mundo" não decepciona de forma alguma no gore, e é curioso por ainda tentar ser uma ponte entre o público civil e nós, degenerados. Se trata da sexualidade e antropologia de forma ligeiramente mais contida, isso definitivamente não se aplica à questão da violência contra animais, que se aqui é reduzido em número, compensa pelo sadismo (fica aqui, falando a sério, o alerta para um momento específico envolvendo um crocodilo que dá vontade de desligar a tv). A ameaça inerente do estupro, a trilha sonora bizonha e sonoplastia incrível (no sentido de efetivamente não ser crível) dão o toque de italianagem final. 
    Esse é para os eternos saudosistas do horror; esse último mundo canibal é também o nosso último refúgio.