domingo, 14 de agosto de 2022

A Rosa de Ferro (La Rose de Fer) - 1973

Sinopse: Casal resolve afogar o ganso dentro de um cemitério, quando vê já é noite e eles vagam sem conseguir achar a saída. É basicamente isso.
 
Direção: Jean Rollin
 
Elenco: Françoise Pascal
Hugues Quester
Natalie Perrey
Mireille Dargent
Michel Delesalle

 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Comentário: Como toda a obra de Jean Rollin, é aquela coisa, ame ou odeie. A trama é pífia; os amantes perdidos madrugada adentro em um cemitério enquanto a loucura estilo "O Iluminado" começa a tomar conta de ambos. O que chama atenção aqui especificamente é a capacidade de Rollin de criar uma profunda estranheza ante elementos familiares. É um cemitério normal, não há nada sobrenatural explícito... ainda assim, quando os jovens emergem da tumba onde perderam a inocência, já não estão mais no mesmo mundo que conheciam e compreendiam. Munindo-se apenas de truques técnicos - cloeses grotescos e inesperados, iluminação antinatural, trilha bizarra, atuações artificiais -, Rollin nos transporta para uma dimensão fantasmagórica. Há algo de onírico envolvido, mas a narrativa em verdade remete diretamente à Lovecraft (não, nada de polvão aqui, refiro-me a contos como, óbvio, "A Tumba"), e num todo é mais um exercício fascinante de construção de atmosfera, se nada mais.

    Um dos chamarizes é a Pascal, conhecida das revistas masculinas, o que não deixa de ser irônico pois "A Rosa de Ferro" é uma das obras mais maduras do Rollin - leia-se, com pouca putaria e peitão.