segunda-feira, 8 de setembro de 2025

Aleluia (Alleluia) - 2014

Sinopse: Clássico malandro, Michel seduz a mulherada pra depois dar o golpe do baú. Até que dá o azar de aplicar numa tal de Glória,que acaba se apaixonando de um modo obsessivo e começa a fazer o que você já deve imaginar o quê.

Direção: Fabrice Du Welz 

Elenco: Laurent Lucas, Lola Dueñas







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Magnet (Br-rip, 1,72GB)

Legenda


Comentário: Imundo e fedorento, como a própria essência do cidadão médio francês ou do frequentador médio do blog, Alleluia é um filme de estética tão desagradável que deve ter sido objeto de uma bronha poderosa do Cláudio Assis se ele assistiu.
O diretor é o mesmo do Calvaire (que tá aqui), que eu nem lembro de nada, mas recordo vagamente de também ser impactante visualmente. No caso do Alleluia, por mais que a granulação distraia mais do que tudo, a composição estética é bem interessante se você se der ao trabalho de notar.
O único problema é a progressão narrativa, que redunda muito depois do primeiro ato, mas é o risco que sempre se corre quando se tenta transformar um argumento limitado desse tipo num filme. A história, aliás, é inspirada livremente em fatos de um casal lá que eu nem sabia que existiu.
Acaba que a sujeirada foi tanta que o próprio diretor teve que dar uma arregada depois disso. Pelo que vi acabou tomando um banho e fazendo só uns filmes meia-boca e bem limpinhos. Pena.

A Arte do Caos (Verbrannte Erde) - 2024

Sinopse: Doze anos após sua fuga de Berlim (no final de 'Nas Sombras'), o ladrão profissional Trojan retorna em busca de novos trabalhos.

Direção: Thomas Arslan

Elenco: Misel Maticevic, Marie Leuenberger, Alexander Fehling, Tim Seyfi







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ComentárioEu sei que você não viu o primeiro filme ali linkado na sinopse, eu sei. Eu também não esperava por isso, afinal, não envolve nenhuma temática escatológica que você busca por aqui. Mas vou insistir, vou tentar porque um dia você vai entender que a vida não se resume a sangue e fezes.

E pensa só, esse é um filme que certamente ninguém dos seus amigos tetudos viu, então você pode soltar o nome dele de maneira displicente numa conversa sobre cinema só pra humilhar esses otários e mostrar que seu repertório cinematográfico é muito mais vasto.

Apesar do primeiro filme ter ficado na obscuridade, o fato de ganhar uma sequência tantos anos depois e ter uma terceira parte confirmada mostra que pelo menos uma pessoa cultua essa... franquia. No caso, quem tá desperdiçando dinheiro investindo nessas produções.

Embora seja voltado para um público mais nichado e cada vez mais reduzido (fãs de literatura policial clássica), a ironia é que termos aqui a representação mais fidedigna do ladrão Parker, personagem icônico criado pelo Richard Stark e que, embora possua dezenas de adaptações (e tá vindo mais uma pelo Shane Black), nunca teve um retrato fiel e justo às suas características principais tanto quanto nessa trilogia, que acaba sendo uma fanfic.

E, de novo, uma fanfic sofisticada (mais sofisticada), madura (mais madura) e apurada (mais apurada)

Isso implica também numa abordagem silenciosa, que acaba representando o anti-cinema quando se refere a thrillers desse perfil. Mas é isso, fazer o que, no cinema de hoje resta fazer o trabalho de garimpo.

sexta-feira, 22 de agosto de 2025

O Que Há Para Jantar? (Parents) - 1989

Sinopse: Em um pacato subúrbio americano na década de 1950, criança começa a suspeitar que seus pais possam ser canibais.

Direção: Bob Balaban

Elenco: Randy Quaid
Nick Laemle
Mary Beth Hurt
Sandy Dennis











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Comentário: Pelo cartaz, pela sinopse e, principalmente, pela década da sua produção, é quase automático imaginar "Parents" como um dos tantos horrores B sobre um grupo de crianças se unindo para lutar contra adultos malignos, algo no estilo "Esquadrão Monstro"... ou "Goonies". Nada poderia estar mais longe do que de fato esse filme é; uma espécie de fábula onírica inclassificável na sua estranheza, com um quê de lynchiano (aproveitando a conexão com o presunto, é o segundo de dois filmes da década de 80 cuja trilha é orquestrada pelo Badalamenti - outro presunto - e que contém uma cena onde um voyer perseguido por um psicopata se refugia dentro de uma dispensa). "Parents" talvez tenha um PARENTESCO kk mais próximo ao clássico "Mensageiro do Diabo" na sua narrativa distorcida pelo prisma da infância, mas ao contrário daquele, aqui sobra espaço para especulações sobre seus temas (pode ser uma história sobre abuso, sobre legado, sobre a América ou o que mais tiver na cartela do bingo).
    A direção de Bob Balaban (um daqueles character actors que você viu em todos os filmes mas nunca consegue lembrar de um específico) esbanja estilo (não é apenas aqui, mas a cena da dispensa citada anteriormente é simplesmente a maior homenagem já feita aos giallos italianos por um americano, o De Palma que se foda) e esbanja também interpretações inquietantes, apesar de escorregar bastante no ritmo (mal chega na marca da hora e vinte, e mesmo assim seu terço final exige esforço para ser assistido) e do seu final tanto faz. Dito isso, "Parents" é um daqueles feito sob medida para este blog, nenhuma obra-prima, mas excêntrico o suficiente para ter merecido mais atenção à época de seu lançamento. Certo que sofreu por parte das audiências do mesmo preconceito que eu o impus, algo que, como o nome já fiz, é um pré conceito.

quarta-feira, 21 de maio de 2025

E Agora, José? (A Tortura do Sexo) - 1979

Sinopse: Nos anos de chumbo, José, secretário de um grande industrial, é preso acidentalmente por agentes da repressão. É o começo de uma orgia de violência que destruirá não a ele como a todos ao seu redor. O intelecto, porém, pode ser a última arma contra a barbárie.

Direção: Ody Fraga

Elenco: Arlindo Barreto (o Bozo!! sério)
Luiz Carlos Braga
Pericles Campos
David Cardoso
Henrique Martins







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(O único jeito de ver isso aqui é uma ripagem de VHS... uma indignidade mas a qualidade até que está razoável)


Comentário: Esse é pra quem quer filme sobre a ditadura mas sem as viadagens tipo "Ainda Estou Aqui", onde o José titular paga pra comer catadora de lixo, lê poesia enquanto participa de orgias bissexuais e declama Drummond no pau de arara, coisa de macho. Ironias típicas do cinismo deste blog à parte, "E Agora, José?" é a transubstanciação da pornochanchada em cinema político fisiológico; é a representação definitiva das consequências corpóreas do totalitarismo no cinema brasileiro - é bem superior, por exemplo, ao "Pra Frente Brasil", tido normalmente como a referência da área -, algo melhorado também por ter um protagonista carismático (apesar de ser petista) e, algo que muito falta ao nossos filmes, senso de humor. Se as cenas de violações sexuais e tortura foram feitas tendo um ideal de manifesto em mente, ou só para tirar uns trocos do público bagaço do cinemas pornô da Boca do Lixo, fica à interpretação do leitor (mas com certeza é a segunda opção).