quinta-feira, 9 de novembro de 2023

Jogos de Sangue (Blood Games) - 1990

Sinopse: Time feminino de softball disputa partida em cidadezinha tipo Nova Pádua, onde só mora bolsonarista. Aí é aquela coisa, os bolsonaristas, como é de se esperar, tentam violentar as moças, que revidam e o que segue é uma luta sangrenta em busca de sobrevivência.
 
Direção: Tanya Rosenberg
 
Elenco: Gregory Scott Cummins
Laura Albert
Lee Benton
Ross Hagen
George 'Buck' Flower





 
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Comentário: O rape revenge sempre foi o subgênero mais fácil de ser produzido pelos tranbiqueiros do audiovisual pelo fato de garantir notoriedade pelo shock value instantâneo ao mesmo tempo em que pode ser muito econômico (muito mais, por exemplo, do que seu slasher feijão com arroz). Na escala "I Spit On Your Grave" (que nunca postamos aqui mas que é sim o "Cidadão Kane" do esgoto), "Jogos de Sangue" se intersecta com o "Rituals" - ou seja, é acima de tudo um autêntico filme de sobrevivência, e um daqueles bons onde a tensão é constante, a violência perturbadora e o humor inexistente.
    O teor sexual é extremo e contraditório; a violência masculina é retratada de uma forma horripilante, grotesca mesmo quando comparada à seus predecessores. Simultaneamente, os corpos femininos são explorados e escancaradamente objetificados de forma tão erótica (tem até, por exemplo, insinuação lésbica no chuveiro com peitões - acoplados a belas atrizes - saltando na tela) que você pensaria, por um momento, estar vendo um filme italiano. Só que aí que está a pegadinha: "Jogos de Sangue" é assinado por uma mulher (inclusive, o único longa de Tanya Rosenberg, seja lá quem for), então ou essas contradições são conceitualmente intencionais ou tá liberado usufruir dessa sordidez sem culpa pois temos que valorizar nossas diretoras. 
    Ainda que pise com força no sexploitation, "Jogos de Sangue" é um filme curioso porque, sem qualquer pretensão, consegue empoderar de forma orgânica, humana e merecida suas personagens de forma muito mais convincente que qualquer uma dessas merdas politicamente corretas das Disneys da vida ao qual nós pobres homens estamos sendo submetidos. Também é, esteticamente, pertencente àquele curioso crepúsculo da década de 90, quando se diminuiam os excessos da década passada mas sem o barateamento técnico que estava prestes a chegar.

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